sábado, 31 de julho de 2010

SEDUÇÃO OLFATIVA

  peça publicitária veiculada - acervo pessoal
Carla 131

Sonhei que eu estava num local donde havia uma mesa cheia de frascos de perfume de amostra. Havia um rapaz que era supervisor e tínhamos um plano secreto de cumprir um ritual igual ao mito do perfume. Esse mito consistia dele derramar um vidro exato de perfume de modo que eu fosse atingida pelo líquido. Nisso ele se aproximou me mostrando um frasco e esbarrou noutro que caiu e espirou no meu pé direito molhando a barra da minha calça. Embora o estrago não houvesse sido grande e tivesse apenas espirrado no meu pé, eu senti-me naquele momento como se de algum modo invisível eu houvesse sido toda banhada de perfume. Ele recolheu o frasco rachado e disfarçou para ninguém notar que o mesmo estava vazando. Enquanto outro supervisor vinha para verificar o que acontecera, esse rapaz saiu mostrando o tal perfume para outras mulheres e com isso deu a entender que estava tudo normal. Passei do perfume que ele me mostrara para experimentar, pois cada fragrância era melhor que a outra. Pareceu-me que o intuito desse ritual estilo simpatia era fazer o dono daquela empresa de perfumes se apaixonar por mim. Notei que o perfume escolhido, o qual fora derrubado em mim, era de alfazema. Fiquei curiosa tentando entender por que tivera de ser exatamente o de alfazema. Depois do fato realizado fiz-lhe sinal e saí do local como se nada houvesse sucedido.

Senti do sonho que tenho a tendência de querer tirar proveito das situações ou de querer me dar bem através dos outros. Essa foi a minha percepção pessoal tanto pelo que fiz no sonho quanto pela postura do supervisor que poderia ser uma projeção ou um arquétipo meu. Claro que ele tinha algum interesse escuso para me ajudar de tal modo. Seria isso?

BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE OS SENTIDOS

Nesses longos anos na busca de entendimento desta caixa de mistérios, sempre sou surpreendido e experiencio a sensação do perplexo diante da riqueza do universo psíquico.

No universo sensorial, três sentidos de nossos sentidos nos puxam, com força, para o presente absoluto que vivemos.

A Visão e a Audição nos situam no espaço e nos aproximam do distanciado, incorporando a imagens e os sons como Ondas transmutadas em estímulos elétricos.

O Olfato, o tato e o paladar nos puxam para o corpo, o universo das sensações. Antes da decodificação cerebral passa pelo filtro das transmutações corporais. O sentido corporal mais próximo de nossa consciência corporal. Sentimos em nós, como seres simbólicos, o efeito do estimulo, matéria, que se integra em nós a partir da reação, como seres simbólicos e corpóreos.

De forma geral, a audição penetra o corpo e provoca uma ação mecânica que é transformada em estímulo elétrico e decodificada como tal. Os sons nos tocam como uma brisa. A visão envolvem reações variadas e complexas e vemos com o cérebro.

Se o contato Tátil nos atinge pela velocidade do estimulo elétrico a partir da fricção mecânica, ou dos sensores de ondas (pêlos), o Paladar exige pelo contato com a matéria solida (textura, sabor, temperatura, solidez e maleabilidade), e o Olfato nos atinge pelas moléculas gasosas, pelo éter do mundo, a condição etérea da matéria. Os gases que promovem uma reação e estimulam nossos sensores e desencadeando em nós uma explosão sensorial, uma avalanche no universo sensacional, que integrando o corpo numa explosão, nos sincronização com a pulsão do universo em jatos pulsionais e sensoriais espantosos que nos unem e nos integram com o passado de nossos ancestrais no presente fabuloso da vida.

O olfato provavelmente seja o sensor mais ancestral, mais primitivo e o instrumento químico mais sofisticado e dos mais valiosos para a nossa sobrevivência que desenvolvemos como espécie, na detecção de perigos, ambientes, parceiros, alimentos, lugares, condições climáticas. Tudo para favorecer a sobrevivência, o abrigo, a reprodução, o refúgio.

Possivelmente antes que nossos ancestrais tivessem desenvolvido a consciência da visão e da audição, tenham tido no olfato o grande guia nessa terra inóspita. E este sofisticado sensor ainda é um fenomenal instrumento que favorece nosso dia a dia nesses tempos modernos, funcionando como referência, proteção e definindo escolhas. Para mim é o grande filtro e sensor de formação de parcerias e acasalamento. O evento determinante na escolha e na fixação das parcerias, dos afetos, dos amores e das compulsões.

Esse é para mim um sonho que envolve a mobilização de conteúdos arquetípicos com grande poder de definição na sua vida.

Cada indivíduo se diferencia de outros por suas particularidades e preferências. E muitas vezes eles não sabem nem detectar em si, essas preferências, ou em geral além de não distingui-las se enganam criando preferências outras, distantes daquilo que realmente poderia representar um sopro vital em suas vidas.

O SONHO

Considero sua compreensão, na verdade nunca desprezo a percepção do sonhador. Mas, podemos ampliar as possibilidades, e incluí-las na sua leitura.
É sua a observação: "Senti do sonho que tenho a tendência de querer tirar proveito das situações ou de querer me dar bem através dos outros.", parece-me que essa é uma antiga característica, tendência que se repete. Não sei se como maleabilidade de caráter, ou como uma tentativa de cortar caminho, seja por simplismo ou por bloqueio da capacidade de moilizar a vontade.

No sonho em primeiro lugar, o conteúdo anímico masculino mobiliza sua atenção pela sugestão convidativa do aroma que seduz. Você se deixa levar pela possibilidade da sedução, tendo como instrumento, a simpatia, o ritual ou o frasco, mas o foco central não é o ritual nem o frasco, é o conteúdo, o aroma, e possivelmente a simpatia, a empatia.

O seu masculino lhe chama a atenção para o aroma, o cheiro. Com arte uma fêmea simpática e cheirosa conquista qualquer macho.

Para mim os ferohormônios femininos, aqueles que atraem o masculino sem que ele saiba, ou apenas pressinta, podem aprisionar um homem por toda uma vida. Confie no seu cheiro, no seu perfume de mulher, nos aromas que como flor você exala. Não existe perfume francês que supere o perfume de uma mulher “feminina”, hoje em dia as mulheres tentam realçar a feminilidade com pitos avantajados e bundas modelas ew põem mais fé nos aromas industriais, em geral constituídos de ferohormônios de outros animais e se esquecem de seus aromas delicados e profundos que exalam.

A psique introduz estímulos a partir de eventos que se sucedem enquanto dormimos. Assim, é possível que no quarto em que dormia algum aroma noturno despertou seus sentidos, e mobilizou ou foi utilizado para lhe indicar um caminho, chamar-lhe a atenção para um detalhe, que pode ser decisivo em suas escolhas ou como escolhida.

O aroma suave da alfazema pode ter vindo pela noite, de alguma planta, de um travesseiro aromático, de algum frasco, e você foi agraciada por sonhar com aromas.

Conheci muitas mulheres que se utilizavam de perfume Frances, para esconder o cheiro nauseante das químicas de ansiolíticos e anti-depressivos que ingeriam, só posso falar-lhe que é mais desagradável do que o cheiro de nicotina exalado por fumantes compulsivos.

É o que consegui extrair destas imagens.

Ah!... Você faz uso de algum químico?


Resposta : Não uso nenhum quimico.


sexta-feira, 30 de julho de 2010

HOLISMO E SENEX

CARLA130

Tenho dormido pouco e sonhado muito. São tantos sonhos que tudo se mistura na minha mente e quase não lembro de nada. É como se fosse uma descarga energética mental. Ultimamente os sonhos parece-me bastante diferentes: tenho sonhado com muitas pessoas, geralmente estou próxima da multidão, me vejo nos sonhos sendo uma pessoa mais simpática, especial, dada aos relacionamentos, literalmente pública e, ao mesmo tempo, sendo eu mesma, mas num meio completamente oposto da minha realidade ou dos sonhos passados. Vou tentar relatar os sonhos dessa noite.

UM MOMENTO

Vi-me analisando outras vidas minhas. Era como se eu não fosse apenas eu, mas uma mistura de muitas de mim divididas entre milhares de vivências. Era como se houvesse uma rede com uma infinitude de acontecimentos e fatos marcantes e moldantes de minha personalidade. Além disso havia sobre mim uma influencia externa, tanto material quanto espiritual, tanto de pessoas vivas quanto de espíritos desencarnados. E mais, havia uma regência do inconsciente coletivo de forma que eu era eu e ao mesmo tempo estava sendo como milhares de seres, agindo, sentindo e pensando em uníssono, ou seja, eu fazia parte de milhares de indivíduos e estes faziam parte de mim, mesmo que cada um fosse um ser criado individualmente. Senti-me ligada ao todo, ao cosmo, a amplitude universal. Isso foi estranho, senti-me muito, mas muito mais do que sou. Senti-me como se fosse unicamente eu e ao mesmo tempo fosse tudo o que existe. Eu era eu e me sentia fazendo parte das outras pessoas de uma forma que não sei explicar. Havia uma ligação indissolúvel, mais real do que afinidade ou amor. Existia uma integração mirabolante. Numa das visões do passado eu fui a um local donde há tempos atrás fora um precipício e algumas pessoas houveram se suicidado lá. Não lembro qual a história em si. Andei pelo local enquanto muitas cenas surgiam na minha mente. Era como se o local fizesse aflorar em mim tudo o que ali já existira, tudo o que as pessoas ali já haviam passado. Estranho que ali também havia um riacho e vi um esquilo nadando. Apenas o focinho dele ficava a vista.

Além de poder adentrar em vivência pretéritas, eu podia ver o mundo oculto aos olhos carnais.

OUTRO MOMENTO

Outra vez sonhei que via espíritos. Foram muitas cenas que não lembro direito. Numa delas eu visualizava (e eu parecia estar ali apenas espiritualmente também) uma mesa redonda com várias mulheres de meia idade jogando cartas. Havia três espíritos de bruxas vestidas de preto com chapéu rendado (mas não pontudo), típico das pinturas dos mitos gregos ou talvez da Idade Média. Elas não pareciam más, mas entediadas. Uma delas quebrou uma taça que estava sobre a mesa como se quisesse chamar a atenção ou brincar causando medo, mas ninguém se importou achando que o fato ocorrera por mero acidente. Elas estavam ali não por vingança, mas por algo que não consegui perceber. Elas tinham consciência da união e influência que exerciam naquele ambiente, sempre seguindo uma ou outra daquelas mulheres que jogavam. Não sei ao certo, mas uma daquelas mulheres da mesa pareceu ser minha avó.

Queria muito lembrar de mais coisas, pois embora não recorde, tenho acordado com sensações muito boas. Acho que os sonhos tem compensado a interação afetiva e religiosa que na vida real não consigo ter. Tenho sonhado que estou prestando auxílio ás pessoas de forma indireta e isso está ligado ao meu trabalho, mas realmente não tenho memória suficiente para relatar os detalhes. Também houve um sonho donde eu estava numa casa enorme e não podia ser vista por ninguém, apenas por um menino que estava me refugiando. O que podem significar esses sonhos?

Como não há uma clara separação do que sejam “esses sonhos” separei-os em dois momentos, como se assim o fosse, tentarei dizer-lhe alguma coisa, considere como uma reflexão, pessoal, de um observador em busca de compreensão:

UM MOMENTO

Fico admirado com a vivência ao mesmo tempo em que não me surpreendo com o acontecimento. Há muito tempo experimento uma consciência que, independente da individualidade constituída, me leva a sentir a vida como um acontecimento sem “tempo” e unificada como unidade com o restante do universo. Parece-me que quando refinamos a consciência e a individualidade mais nos aprofundamos e nos aproximamos do eixo do mundo.

Nas religiões que tive oportunidade de estudar, encontrei esse sentido de unidade e mesmo estudos Alquímicos antigos, já vislumbravam essa unidade. Hermes Trimegístos já alerta na Tábua de Esmeralda, este sentido único. Não somos separados, somos um. A holística moderna se referencia nessa unidade para conceituar seus princípios.

Naturalmente, considerando a formação e a distinção celular, somos apenas uma célula constituída de milhões de outras, que forma a partir do microcosmo o macrocosmo.

Einstein já falava na magnitude de um simples movimento, uma onda sonora, que emitida irá se deslocar pela rede cósmica, reverberando no universo. E isso não é apenas um fenômeno abstrato, mas real dessa interação permanente.

Há alguns anos atrás no inicio de minhas pesquisas sobre alteração dos estados de consciência através de intervenção com campos eletromagnéticos, fiz uma experiência que me deixou perplexo: Aplicando campos eletromagnéticos num individuo com 50 anos, conseguimos que ele tivesse uma ativação da memória corporal de todos, eu disse todos, os cortes que ele sofreu pelo corpo ao longo de sua vida. Naquele momento, 25 anos atrás, compreendi que a memória celular é a memória das transformações da matéria viva. Se a matéria não tivesse memória ela não teria a plasticidade natural para reconfigurar-se.

Quando lidamos com a psiquê lidamos com o desconhecido e com uma estrutura fenomenal que ordena, regulariza, adapta, transforma, prepara, conduz, equilibra, atualiza o organismo da qual é resultado. Um resultado que resulta dessa matéria inteligente e ordenada na geração do que somos.

Assim surge a pergunta: O que carregamos como memória genética é apenas o que nos constitui e nos diferencia? Eu acredito que isso é pouco. Nós carregamos a história da espécie, de nossa evolução e de nossa estirpe, a memória da matéria que se transformou perecível como plasma e forma diferenciada de energia, luz.

Necessariamente, não precisamos ser reencarnados. Também podemos ser a reencarnação de um projeto em dinâmica evolutiva, a vida. Assim, sou a parte viva, a memória viva, de uma história evolutiva de todos os meus entes passados e contenho, consequentemente, toda a experiência, a vivência do passado, registrada na minha constituição a partir da Matriz que me originou.

Não me cabe questionar conceitos e concepções de religiões, grupos ou seitas reencarnacionistas ou não. Isto não muda a realidade e não faz diferença.

O inconsciente coletivo é isso carrega a memória da espécie.

Sua experiência onírica é apenas memória vivencial ou espiritual? Não sei responder-lhe. Pode ser uma porta aberta de uma vivência Numinosa, onde conteúdos de sua origem afloraram lhe permitindo o toque da visão. Como pode ser uma vivência espiritual. Suas sensações podem ser originadas desse contato com a memória registrada, aquela que carrega, tanto quanto podem ser originadas de uma experiência extradimensional.

A mente tende a nos proteger do impacto de realidades para as quais não estamos preparados para lidar. Assim possuímos filtros sensoriais que limitam a audição, a visão e até a consciência. Dessa forma, livre do impacto a consciência é preservada, mas à medida que conquistamos resistência mental, blindamos o sistema nervoso, como se uma leve película de verniz envolvesse o sistema. Dessa forma aumentamos e fortalecemos a nossa resistência ao impacto devastador de certas realidades e ampliamos nossas possibilidades de compreensão do universo.

Sua vivência Holística pode ser um avanço na realização de seus desígnios, na reafirmação de seu destino. A sensibilidade não apenas permanece, mas se sofistica. Mesmo que mais sensível, mais fortalecida, agora, possivelmente mais resistente, você pode se perceber mais preparada para novas experiências em sua vida.

OUTRO MOMENTO

Para Jung Espírito se aplicava ao aspecto não material de uma pessoa viva, pensamento, intenção, ideal, assim como a um Ser incorpóreo, não material – sombra, fantasma, espectro, alma ancestral. O oposto da matéria. Como aspecto não material, não pode ser descrito nem definido, é indefinido, ilimitado, infinito, sem forma, sem imagem intemporal. É o outro que promove uma resposta emocional, de afeto, positiva ou negativa. Para ele o fenômeno dos espíritos é uma verificação da realidade de um mundo dos espíritos. Os sonhos são a maior evidência da existência do mundo diferenciado do reino corpóreo e mais significativo do que a questão da existência ou não dessa manifestação é a forma como nos relacionamos com essa dimensão.

Do ponto de vista psicológico, para ele os espíritos, são complexos autônomos inconscientes que aparecem como projeções, ou manifestações de complexos pertinentes ao coletivo que alteram ou substituem a atitude de todo um povo, possibilitando que se instale uma nova forma de resposta coletiva. As intervenções dos chamados espíritos parecem corresponder a necessidade de ampliação da consciência.

A aparição de espíritos compõe o simbolismo de uma tensão elevada entre mundos materiais e imateriais. São fenômenos fronteiriços que parecem querer ganhar existência de alguma forma.

UMA LEITURA POSSÍVEL
O triângulo (tríade) remete a um poderoso campo de força e de magia. Três mulheres reunidas pode representar poder. Já havia lhe alertado para a tríade familiar (você, a irmã, e a mãe). Este encontro pode indicar uma correlação interna e pessoal de poder e na sua formação.

“Elas tinham consciência da união e influência que exerciam...”

A taça quebrada pode simbolizar a formação do elo dessa tríade feminina, como em um casamento consagrado que se concretiza no ritual de quebra da taça em que se celebrou, em que se brindou o compromisso.

A aparência de Avó indica essa possibilidade de formação de uma configuração triangular de poder interno, e sinal de mudanças no comando arquetípico. O Puer Aeternus pode estar cedendo lugar para a Senex. Ela aparece como imagem de SENEX, “A velha Sábia”, que indica essa mudança arquetípica. Os sinais da transformação vêm ocorrendo há mais tempo, e sinalizam a continuidade desse processo. É hora de crescer.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

PALCO E VAIDADE



Carla 128

Como estou trabalhando e com isso acordando cedo, meus sonhos acabam sendo interrompidos de maneira um pouco drástica. Entretanto, hoje acordei com duas lembranças na cabeça.

No primeiro sonho eu encontrei ao acaso três sujeitos conhecidos. Um deles era aquele citado no sonho do dia 10, (Noia, Fantasia e Caprichos) o qual me desprezou enquanto mulher. Dessa vez eu tive a reação de fazer um monte de perguntas quando fui cumprimentá-los. Enquanto eu enchia o primeiro de questionamentos nem dando tempo dele responder, o rapaz do sonho anterior foi ao meu encontro e disse que precisava falar comigo em particular. Entregue a emoção do momento, aceitei de irmos conversar numa sala de escritório próxima. Como se quisesse descartar aquela distância e frieza que mantivéramos um do outro no sonho anterior, abracei-o enternecida como se estivesse agradecendo-o por querer falar-me. Ele retribui meu abraço de forma carinhosa como se desde muito tempo estivesse com saudade minha. Fiquei desconfiada de muitas coisas, mas estava disposta de ver o que ia acontecer. O escritório estava cheio de incensos e coisas místicas. Nisso notei que haveria uma apresentação teatral e eu seria uma personagem também, mas eu nada sabia, nenhuma fala ou gesto. Senti como se ele quisesse compor uma história com a naturalidade do nosso encontro. Não lembro o resto.

Fica evidente sua ansiedade, quando centro de atenções, e claro, ela transparece na fala, uma característica bem desenvolvida na mulher. A mulher desanda a falar como que descompensada, “descontrolada”. O sonho compensa essa necessidade de atenção e a carência. O foco fica mais evidente quando a “estória” de vocês será encenada. Você e ele como personagens de um drama de amor, encontro e desencontro. A realidade se mistura à fantasia para compensar sua forma dramática de viver.

A mudança de postura me indica uma transformação positiva, não mais a menina acanhada esperando o movimento do outro. Já existe uma indicação de pulsão, de intenção de movimento. O comportamento, a fala e a ansiedade, “descontrolada”, citada anteriormente, neste caso se mostra uma reação absolutamente natural para quem, no passado, não conseguia se mover. Parece pouco, mas não o é. É uma pequena ação: ir ao encontro da dificuldade, e se expressar, ainda que com ansiedade. Mas me parece uma conquista Fantástica!

Outra coisa que chama a atenção é uma brecha, um portal, que você abre quando atendida na sua carência. É preciso mais cautela. Você se entrega e se deixa ser conduzida de forma muito fácil. O perigo disso, é você ser conduzida pro inferno e só descobrir depois de ser possuída, consumida.

Essa carência, que pode leva-la a se entregar com facilidade, pode representar uma armadilha perigosa na sua vida. O primeiro esperto que perceber essa fragilidade pode usar como instrumento de manipulação e para fazê-la objeto e isso poderá significar um longo caminho de dificuldades e sofrimentos. Muitas resistências e defesas são impeditivos, mas a ausência de defesas significa se expor demasiadamente ao perigo, coisa de ingênuas e de mulheres abusadas.
A armadilha da carência é a insaciabilidade,
o da vítima é a manipulação,
e da vaidade é a exposição excessiva.

A indicação na sequência do sonho é que você pode ser conduzida a uma vida de personagens, ainda que seja representando seu drama.

Aproveito para indicar-lhe a série de post

“Porque elas Amam Sociopatas”

RATOS E OUTROS BICHOS


129

O segundo sonho foi desgastante. Eu estava deitando para dormir num colchão que estava no chão quando apareceu um rato grande e começou a querer subir em mim. Foi horrorizante! Quanto mais eu fugia, mais ele me queria. Comecei a sentir coceira no corpo, subi numa cadeira, gritei e chorei histérica até ficar completamente sem voz. Por fim eu apenas mexia os lábios ainda desesperada com o rato, já quase desfalecendo. Minha mãe estava junto e durante todo o tempo ela ficou apenas me olhando sem dizer ou fazer absolutamente nada. Aquele rato, bem como o transtorno que o mesmo me causava, não a incomodava de forma alguma. Acordei assustada.

Como sequência o sonho é perfeito. Você sendo objeto de desejo de um rato. Isto éo inferno. Como bem disse Freud, este animal impuro tem conotação fálica e anal, que o liga às noções de riquezas, de dinheiro.

Daí ser associado a uma imagem da avareza, da ambição e cobiça, de atividade noturna e clandestina. O rato é associado a roubo, como ladrão, fraudulento, ganancioso, não respeita limites e só atende suas necessidades. Ele é este componente sombrio que nos ameaça e ataca. ´´E preciso detectar se há comportamentos, identificados aos ratos, que precisam ser reconhecidos.

Como sonho sequencial, não há como não considerar que as questões levantadas no sonho anterior se mostram pertinentes nesse sonho como mensagem. Quando nos permitimos ser levados ou por outros ou por conceitos e impulsos corremos o risco de sofrermos as consequências daquilo que mobilizamos. E nada nessa vida fica sem consequência.

Essa mãe não é conteúdo para interferir, ou melhor, sua interferência é a “não ação”. No post anterior levantei a questão de que há limites para o que a maternidade pode fazer. E mão nenhuma pode proteger o filho daquilo que é obrigação dele fazer: Amadurecer. Quando a mãe protege alem do limite ela retarda esse encontro decisivo entre o individuo e o seu destino. Ela o empurra para o abismo. Essa mãe que representa sua proteção se mostra passiva, talvez porque sua expectativa é de ser salva por ela, natural dos dependentes ou de atitudes que jogam no outro a responsabilidade que deveriam assumir. Mas a mãe em você, o conteúdo que deveria te proteger está imobilizado na expectativa do outro te proteger. É necessário que você mobilize esta força em você, incorpore atitudes antes de esperar a proteção externa.

É necessário aumentar a sua autoconfiança, segurança e independência, porque só você pode sair de seus desafios ou enriquecida ou debilitada. Não é hora mais de culpabilizar o outro por dificuldades ou por fracassos.

A força de conteúdos que querem aflorar se mostram ameaçadores, quando se abre espaço para que eles cresçam e se fortaleçam.

Esses sonhos possuem relação com meu animus e minha sombra?

Não necessariamente com esses arquétipos, ainda que possam apresentar traços arquetípicos. A mãe pode ser a Mãe Divina, essas figurar masculinas podem ser conteúdos contaminados não necessariamente de animus e o rato pode sinalizar conteúdos de sombra ameaçadores que invadem porque negados.

O que podem significar? Os personagens repetitivos representam sempre o mesmo dentro de mim?
Nem sempre! Podem apresentar repetições, ou representações que são permanentes. Mãe é quase sempre mãe, mesmo que possa aparecer em outro formato, ou forma  de mulher que não a sua mãe.

Eu poderia dar nome para diferenciá-los das pessoas da realidade? Por exemplo, minha mãe no sonho deve ser representação de uma parte minha e não a minha mãe externa em si. O rapaz por certo deve ser a mesma coisa. Eu poderia identificar com nome essas partes de mim mesma para facilitar?
Claro! Se isso favorecer a caracterização do conteúdo interno, uma forma de reconhecimento, uma diferenciação.

OBS.: na parte superior da página, lado esquerdo, há um pesquisador dentro do blog, pesquise rato e verá o histórico dessas aparições e poderá ver a evolução do conteúdo.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

FLUX LYMPHA



Carla 126

Sonhei que estava num carro e alguém dirigia-o numa velocidade muito rápida. O local ou cidade parecia um tanto futurista, cheio de ferragens trançadas por toda parte, enfim, uma aparência não muito agradável para mim. Era noite, eu estava com muito medo de morrer num acidente trágico e rezava o tempo todo dizendo que não queria morrer antes de realizar o que pretendia ou tinha de fazer ali. Nisso chegamos num prédio gigantesco. O elevador era imenso, mas conforme aproximava-se ia ficando pequeno e mal cabia três pessoas dentro dele. Não lembro de ter subido pela escada, mas lembro de estar dentro do elevador subindo apenas os dois últimos andares. Eu não estava com medo, mas sim bastante agoniada e sufocada. Tentei aproveitar a situação e fiquei olhando para baixo, pois pisávamos numa espécie de vidro, ou seja, de dentro do elevador avistávamos a rua e os minúsculos carros lá em baixo. Disse para mim mesma que não entraria naquele elevador para descer, pois realmente alguma coisa nele não me agradava. Entrei na casa de uma conhecida, tudo era muito amplo e não recordo muito bem o que fiz lá, mas sei que a mãe dessa conhecida separou alguns limões para eu levar para minha mãe. Eu os peguei e, quando fui embora, essa conhecida quis me colocar no elevador. Eu não queria, mas pensei que estava agindo feito tola dando preferência a descer aquilo tudo de escada. Entrei no elevador e veio um outro rapaz que entrou também, mas este sim estava com medo (seria projeção do que eu não estava me permitindo sentir?). Eu já deixara meu medo de lado e queria era descer o mais rápido possível e acabar com aquela tensão. Enquanto ficávamos no desce e não desce, uma das cordas internas do elevador arrebentou e fomos puxados de volta antes que tudo despencasse. Constatando que meu pressentimento tinha alguma razão, comentei que descer era fácil e não daria trabalho algum fazê-lo pela escada. Assim fizemos. Numa das voltas da escada havia uma espécie de santuário. Admirei-o e continuei descendo. Ao final saímos na loja da mãe dessa conhecida minha. Parece que todo o prédio era dela. A loja vendia aviamentos e era muito grande. Havia um depósito imenso com estoque de novelos de linhas variadas. No que fui sair uma das funcionárias me barrou dizendo que eu só saía depois que houvesse autorização para tal. Tive de esperar. Pouco depois a jovem conhecida apareceu e perguntou se eu não ia levar os limões. Disse que desistira deles, pois ficara pesado para descer com os mesmos pela escada. Convidei-a para ir com sua mãe à minha casa e aproveitar o passeio para levar os limões. Nisso outra conhecida apareceu e começamos a conversar outros assuntos relacionados a minha infância. Só lembro de confirmar que eu era muito bagunceira.

Em Geral veículo representa o corpo, seu corpo, sua existência. A velocidade indica seu movimento vital. Ou seja, você está acelerada, funcionando em alta velocidade, contrariando seus ritmos e colocando sua vida em risco. O medo de morrer é coerente com as circunstâncias. Insegurança para romper com as dificuldades, medo pelos riscos que corre, ou pela forma como conduz a vida neste momento. A cidade futurista pode designar seu futuro ou a angústia e ansiedade pelo movimento de se lançar na vida Urbana, mundo desconhecido, ameaçador, misto de encanto e ameaça.

O Prédio invoca a dificuldade, “édifício”, os bloqueios, os desafios, que precisam ser superados, rompidos. E a dificuldade aumenta porque você é conduzida, independente de suas dificuldades, acaba por se convencer ou se deixar levar.

Poderíamos perguntar: Quais as dificuldades? Medo de altura? Seria o medo de crescer? Os limões representam a acidez endereçada à mãe, ou seria a acidez dessa relação? Os vidros indicam a transparência que se faz necessário, que se exige na atitude diante da vida? O Medo de se lançar? A necessidade de aumentar a confiança nas suas escolhas?

Assumir suas dificuldades, seus limites, incapacidades e incompetências, pode ser um passo de superação. E focar mais a sua vida, definindo seus propósitos e seus rumos, seus objetivos para seguir por onde tu miras e não por lugares que outros a conduzam, pode ser a resposta mais positiva.
Nosso  fluxo vital depende do movimento livre e sem bloqeios, permetindo a linfa circular pelo corpo em sua vasta extensão levando e renovando a pulsão da vida. Só assim podemos realizar, a contento, o projeto futuristico de nossas vidas.

127

Num segundo sonho eu dei uns sabonetes para minha mãe guardar e quando fui ver, ela houvera tirado-os da embalagem e espalhado-os (acho que ela os jogara fora) no meio de um capinzal seco. Peguei uma sacola e fui catar os sabonetes achando um absurdo o que ela fizera. Depois disso não tenho mais lembranças.

“...eu dei uns sabonetes para minha mãe guardar...” O momento de passar ao outro as suas responsabilidades ou seus desejos, suas intenções, seus objetivos parece-me que se esgota. Esperar que o outro faça aquilo que é seu Intento, pode significar maior trabalho no futuro para refazer o que o outro fez diferente de seu desejo. Eu sempre penso que há limites para jogar no outro aquilo que é responsabilidade pessoal. Maternidade nenhuma consegue proteger o filho naquilo que é dever dele fazer. Ninguém pode mergulhar por nós, viver por nós, realizar as tarefas difíceis que a vida nos exige. Na superação das dificuldades está a descoberta que permite a aglutinação da consciência, a maior possibilidade de se realizar enquanto mulher.


terça-feira, 27 de julho de 2010

O RIO DA VIDA

        imagem do filme SONHOS (1990) de Akira Kurosawa
Carla 125

Essa noite sonhei que carregava um periquito no ombro. Ele tinha as asas inteiras e não voava porque realmente queria ficar comigo. Ele era branco rajado de cinza e bastante manso: eu passava a mão na cabecinha dele e ele se arrepiava todo remexendo as asas como se estivesse brincando comigo. No sonho de outrora vi uma mulher com um papagaio e neste a cena, um tanto diferente, foi outra vez com uma ave domesticada. Também sonhei novamente com fezes e dessa vez eu estava defecando no banheiro de casa. Foi um sonho bastante real, pois não houve nada diferente ou estranho na cena. Por ultimo eu estava flutuando sobre um rio que parecia um mar sem ondas e com água turva. Eu tanto estava no nível superior quanto me via lá dentro da água, era como se eu houvesse me dividido em duas. Eu não nadava, apenas me mantinha na superfície. Eis as poucas lembranças que conservei.

Não se pode esquecer que o pássaro simboliza o espírito. Asas para voar e querer ficar. É salutar e de bom augúrio que o espírito santo, purificado e solar, esteja ao seu lado. A proximidade sinaliza associação e principalmente envolve afeto. Esta é a união pelo qual devemos trabalhar, e quando não acontece é a rejeição que devemos evitar ou com a qual devemos nos preocupar. Quando vivemos em harmonia com o nosso espírito nada é mais importante. Por isso quando o adulto se vê dominado pelo sofrimento ou pela dor da rejeição é hora de pensar se existe o abandono da alma? Uma pessoa sem alma, ou separada de seu espírito é verdadeiramente um indivíduo “desalmado”, abandonado, rejeitado pelo Divino, uma alma penada.

Mas se o espírito pousa feliz no seu ombro, há que rejubilar-se. Que rejeição, ou perda pode provocar dor, se o Espírito Santo mora ao seu lado e está casado com você?

O ato de eliminar os dejetos aqui aparece como uma eliminação do desnecessário, do refugo. O corpo funciona em equilíbrio, o sistema se alimenta e se purifica eliminando o que não é mais necessário. Veja que o foco é no ato de higiene, não na matéria densa.

Na profusão dos sonhos, no desencadear dos acontecimentos, no desenrolar da experiência, dinâmica e imputs, e respostas, ações, reações e proposições, não é estranho que sejamos como que lançados para dentro do sonho como sujeitos e, após, como observadores do lado de fora da ação. Não é muito diferente da realidade, funcionamos como observadores e no momento seguinte centralizamos ações, direcionamos acontecimentos, nos tornamos sujeitos com o poder de intervir, a partir de nossas escolhas ou da focalização de nosso Intento, da intenção que projetamos.

Você está no Rio de sua Vida. Ontem, mergulhada, hoje, por enquanto, sem nadar, se deixando ficar, suspensa. Será que ainda muito passiva? Ou apenas se situando na realidade de sua vida? A indicação é de Trânsito. O rio passa, segue seu curso. Você no meio, nem tão lá, nem tão cá, nem numa margem nem na outra, passando o rio, passando o Fluxo e... você se preparando para seguir. Onde chegará?



segunda-feira, 26 de julho de 2010

NÓIA, FANTASIAS E CAPRICHOS



Carla 124

Sonhei que estava num local quando notei dois conhecidos de longa data. Um deles sempre foi apenas amigo, mas o outro me rejeitou enquanto mulher. Cumprimentei-os com um aperto de mão e sentei-me com uma conhecida para comer algo (permaneci na vista deles). Reagi com normalidade, mas lidar com a rejeição é sempre cruel e gerou em mim certa desconfiança. Espantara de vê-los juntos, pois para mim eles não se conheciam, ao menos não até então. O que sempre tive como amigo, vim a descobrir a pouco tempo que assumiu-se enquanto homossexual. Não desconfiei dos dois, mas sim de mim mesma, como se algo comigo estivesse errado. Senti-me uma pessoa estranha: uma desejável, mas intocável. Enquanto tentava não importar-me com a presença dos dois, dialoguei com a conhecida sobre algumas oferendas que tinha de fazer e também sobre uns compromissos (como ir à chácara). Foi chato quando notei que os dois haviam se retirado do local. Foi como se minha presença os houvesse espantado ou como se eles houvessem ido lá apenas para confirmar minha presença. Lembro apenas disso.

Parece-me um sonho de confronto. Sonhos de confronto necessariamente não envolvem combates, mas uma vertente de transformação da dinâmica pessoal, que o inconsciente abre, para que o sonhador possa tomar consciência de suas dificuldades, se defrontar com seus limites, ou com bloqueios que precisam ser superados.

“...mas lidar com a rejeição é sempre cruel e gerou em mim certa desconfiança.”

Você tem consciência de sua dificuldade de aceitação do “Não” do outro.

A rejeição no adulto em principio é isso, a dificuldade de aceitar o “não” alheio, de aceitar que a sua escolha não lhe escolhe, de levar equivocadamente a resposta do outro para o lado pessoal, por capricho, vaidade ou narcisismo. Isso pode se chamar Birra! Aquele comportamento de menino birrento que continua pela vida afora fazendo birra, chorando, esperneando, querendo ser atendido em seus desejos e na condição de comandar o mundo.

É claro que na vida adulta, isto se transforma em emburramento, defesas, distanciamentos, inferioridade, e superestima compensatória, caprichos.

Receber o não do outro é cruel! Porque tem que ser cruel? É escolha! Direito pessoal!

Seu amigo é homossexual. Você o coloca junto do rejeitador, levantando a suspeita de sua homossexualidade. Pode ser que assim fique mais fácil lidar com a rejeição. Você se vinga, punindo-o com a possibilidade de gay, e ainda sai da situação como vítima e rejeitada, pobre coitada. A rejeição passa a ser justificada.

Com essas respostas você estimula sua desconfiança, sua descompensação, pensamentos persecutórios, seu desconforto, inadequação. Sai do eixo, de sua referência para se conduzir através do imponderável: o mundo, as atitudes, as escolhas do outro. Porque se dá muita importância. Minha cara, o que lhe dá a certeza que o outro funciona a partir de sua presença ou comportamento? O fato de você fazer isso não quer dizer que os outros o façam, vivendo em função de ações alheias. Abandone essas certezas, e acreditar nesses pensamentos, nesse tipo de fantasia. Pare de se dar tanta importância, o mundo não gira ao redor de nosso umbigo.

O pensamento é uma grande conquista da evolução humana. Mas é uma mecanismo ainda em evolução, possuindo armadilhas perigosas. É necessário cuidado e cautela com os pensamentos.

No processo de desenvolvimento passamos pela fase onde  acreditamos que o mundo é o que pensamos, crescemos e passamos pela fase onde gostaríamos que o mundo fosse o que pensamos e podemos chegar à vida adulta com a consciência de que nem tudo o que pensamos deve ser considerado. Você está próxima deste momento, precisando aprender a separar o JOIO do TRIGO. Parar de comer feijão pensando que é caviar.


domingo, 25 de julho de 2010

PSICOLOGIA E O FEED BACK


O FEED BACK
Abaixo  a avaliação de Carlotinha depois da leitura de 100 sonhos. 
Creio que não são os fatos em si que mudam uma pessoa, mas sim a maneira como ela os vê e consegue vivenciá-los. Algumas vezes sinto como se a vida fosse a mesma e eu fosse outra pessoa já mais amadurecida. Noutras vezes, sinto como se a vida houvesse mudado e eu fosse a mesma de sempre. Em verdade, acho que eu mudei e a vida também, pois nada é estático, ao menos não por muito tempo. Eu ganhei mais disposição para enfrentar meus conflitos internos e externos, para expor meus pontos de vista e ao menos tentar impor respeito sem ficar constrangida. Estou buscando a autoaceitação sem criticidade. Esforço-me a não ficar autocentrada demais. Estou compreendendo melhor meu lado sombra que precisa existir sem ser represado. Entendi que devo me expor sem medo da vulnerabilidade. Compreendi que sentimentos como carência ou ciúme são ilusórios, pois fazem parte do inconsciente coletivo, e que os caprichos nunca poderão ser supridos. Tenho buscado a simplicidade, tenho tentado ter mais autonomia para minhas decisões e iniciativas baseando-as no que eu sinto ou desejo e não colocando-as como consequência da postura alheia. Finalmente consegui dar valor a importância de ser autentica, mesmo que ainda tenha bastante dificuldade de ser espontânea, pois meu instinto é querer ter controle de tudo e preferencialmente de antemão. Tenho sentido diferença na minha autoestima, mesmo que ela ainda tenha seus momentos de recaída. Entendi que tenho arquétipos dentro de mim e muito dos conflitos externos são projeções de algo mal resolvido dentro de mim. Tudo isso, e com certeza muito mais que agora não me veio em mente, tomei conhecimento através dos sonhos e as análises dos mesmos. Como disse certa vez, se alguém me aconselhasse a efetuar essas mudanças eu talvez deixasse a opinião alheia de lado e ficasse até nervosa, mas através dos sonhos a flexibilidade de aceitação é maior. Eu sei que a análise deles não provém de uma mera opinião alheia a meu respeito, mas sim de um estudo de muitos anos a respeito da linguagem onírica, a qual tanto encantou-me, e sei que ainda pode me surpreender muito. Sempre fui resistente a tratamentos que lidam com o psicológico e com o lado emocional, pois não acreditava no efeito dos mesmos. Talvez eu ainda tenha essa mesma opinião, mas não com relação a psicologia Junguiana ou analítica. O autoconhecimento que isso me proporcionou realmente mudou meus conceitos, fez-me ter postura diferente com relação a detalhes do cotidiano. Percebi que sou mais do que imagino ser, tanto em termo positivo quanto negativo, e desejo descobrir isso cada vez mais a fundo, com cautela, claro. Quero continuar empenhando-me para ser mais ousada e menos fantasiosa. Desejo desvendar continuamente os mistérios do meu inconsciente e granjear aos poucos a construção da minha individualidade. Talvez eu leve uma vida para conseguir, mas o importante é nunca desistir. É isso. 
Obrigado pelo retorno e por sua sinceridade!
Seu processo de maturação se mostra perceptível, no discurso, na linguagem, na elaboração e na compreensão, além naturalmente, de suas percepções de mudança.
A PSICOLOGIA

Entre as ciências do homem, possivelmente no século vinte nenhuma outra ciência tenha contribuído para a saúde psíquica da humanidade como a Psicologia. Enquanto o mundo se desequilibra a Psicologia reconstrói. Um trabalho silencioso feito em pequenas salas espalhadas pelo mundo. Uma contribuição que enriquece a grande maioria das profissões, com conceitos, visões, referências, e principalmente que auxiliam a humanidade no momento desta transformação política, cultural, religiosa, na saúde e na Ecologia humana, como referência nessa grande transição da civilização humana.

Possivelmente, mais próximo de nossa experiência, apenas a sociedade renascentista e iluminista tenha vivido, na história humana, uma transformação tão paradigmática como a que hoje vivemos. Estes momentos são coletivamente “Sem Noção”, somos levados por uma transformação, por uma passagem, onde nos cabe apenas andar, seguir e realizar a travessia. Só o tempo filtrará o essencial e eliminará os excessos e inutilidades.

Neste momento coletivo onde somos como que empurrados, só nos resta na dimensão pessoal, cautela, referências seguras, aprimoramento e compromisso consigo mesmo, para cumprir seu destino, principalmente porque não sabemos quantas gerações viverão esta transição.

No mar bravio a impecabilidade é fundamental para que, se ainda vivos, rompamos os desafios com sanidade. Caminhar sozinho é prerrogativa de solitários, ou de arrogantes, prepotentes, presunçosos, e dos “Sem Opção”, mas contar com o conhecimento e com apoio alheio é mais do que inteligência e se fazer flexível para aprender com o outro e se permitir receber do espírito humano a benevolência a que todos temos direito como auxilio na missão para cumprir os nossos desígnios.

A Psicologia e os estudiosos mudaram a minha vida, assim como tenho certeza, a de milhões de pessoas. Os recursos estão aí para quem se dispor a usá-los. A psicologia, antes de ser profissão é uma ciência humana voltada para compreender nossa natureza e auxiliar nesta complexa travessia que é a vida.

A Psicologia, como Ciência Humana de ponta, posso considerá-la como uma dádiva da vida. Espertos são os que recorem ao seu saber através dos seus profissionais e estudiosos. Estou aproveitando esta oportunidade, porque ao longo de minha vida tenho escutado as dificuldades das pessoas de recorrerem aos Psicólogos. A Psicologia é um recurso excepcional, e um instrumento fantástico. Nascida através de grandes pensadores humanos vem se desenvolvendo como através da observação perspicaz de seus profissionais e sendo oferecida à humanidade. Nesses tempos modernos, cada vez mais, se mostra à frente de nosso tempo, nos dando, através dos Psicólogos, suporte humanístico, conceitual, afetivo, de proteção psíquica, terapêutico, reeducador, reconstrutor. É uma Referência excepcional neste momento conturbado da sociedade humana.

Eu, por enquanto, aqui vou seguindo, cumprindo meus desígnios, até que a missão pessoal possa se cumprir, e novos caminhos me levem a seguir.

Ah! Esse Blog é minha humilde tentativa de tambem partilhar, saber e percepções, com profissionais e estudiosos dedicados, muitas vezes solitários, e com iniciantes, nessa difícil tarefa de acompanhar terapeuticamente essa atormentada sociedade humana. Eles conhecem a pedreira que enfretamos em nossa jornada.

sábado, 24 de julho de 2010

ORÁCULO E MORTE





Carla 123

No quarto sonho eu estava numa espécie de velório. Um mendigo bebum havia acidentalmente morrido queimado e ninguém tivera coragem de o socorrer. Eu estava consultando uma espécie de oráculo com sementes bem pequenas de urucum, conchas, pedras e também havia uma garrafinha com um líquido vermelho (igual aquelas garrafas com molho de pimenta). Eu não via nada naquilo, mas conforme contava o número de sementes entre a posição das pedras e conchas, ia recebendo inspirações a respeito da alma do morto. Não lembro direito, mas creio que era isso o que eu estava tentando verificar. Haviam várias pessoas no local. Eu não era a única consulente mística que havia ali, mas era a única que estava com o oráculo aberto efetuando uma consulta.

O que essas quatro recordações significam?

Você diante da morte.

Representa a morte de algum conteúdo pessoal. No sonho há identidade entre sonhador e conteúdo (sonho): Um indivíduo entregue ao vício, abandonado, sem socorro e você rejeitada, abandonada e entregue ao vício da carência afetiva.

Mas se esse é o individuo que está morto, este pode ser um pouco desse lado que morre, que se transforma para renascer de outra forma.

Sementes são símbolos das forças latentes, não manifestas, esperança da renovação que tem seu potencial de transformação. É o princípio que associado à terra e à água fecundante se ativa iniciando a renovação da árvore da vida. A garrafinha é o instrumental da engenhosidade humana que acondiciona o tempero da vida; o urucum colore com a cor viva.E as conchas representam a vida marinha, o conteúdo do oceano primordial.

Você diante do oráculo sinaliza mediação entre o mundo dos homens e o mundo dos mortos. Seu crescimento e amadurecimento indicam essa possibilidade de destino como mediadora entre o mundo dos vivos e o mundo dos espíritos. Aquele que consegue decodificar sinais e mensagens entre as diferentes dimensões para guiar e orientar a pessoas na travessia da vida. Pode ser este o seu Destino quando avançar na sua maturação.



sexta-feira, 23 de julho de 2010

ÉTICA E OPORTUNISMO


CARLA 122


Em terceiro eu estava numa piscina que mais parecia um rio, pois era rústica e o interior era recoberto de pedras (haviam outras piscinas de fibra de vidro no local) e havia uma mulher com um papagaio. Fiquei admirada do bicho não se afogar. Minha mãe estava fora da piscina e segurava um cachorrinho de pelúcia da minha sobrinha. Ela comentou que ia ficar com aquele e depois daria vários para minha sobrinha. Era como se o objeto tivesse um valor muito maior do que qualquer outro. Não entendi o apego dela com aquele brinquedo.

A regra parece simples: Papagaio que aprende “avoar” sabe boiar. Quem aprende a nadar, corre menos risco de se afogar. Quem aprende a navegar nesta realidade tem mais chances de se dar bem. É uma questão de ampliar o repertório ou as possibilidades de responder mais adequadamente à imprevisibilidade da vida.

Diferentemente do papagaio que não se afoga a resposta da “mãe” aparece como oportunista e sem ética, ela não aprendeu a nadar.

Neste aspecto, mesmo que o oportunista aprenda a se dar bem tirando pirulito da boca de crianças, ele se mostra descompromissado com valores morais e princípios básicos de ética. O Que, para mim, é sinal de contra mão da civilidade e do aprimoramento pessoal. Conceitos equivocados que induzem ao simplismo, como se pudessemos nos excluir da responsabilidade por nossos atos.

Pessoas comprometidas apenas com seus interesses pessoais relevam princípios fundamentais que protegem e blindam nossa saúde mental. No frigir dos ovos sempre pagam pelos erros acumulados, mesmo que atônitos se lamentem: Mas porque isso acontece comigo?

O apego, a posse, a competição. Em sonho anterior você competia com sua sobrinha pelo afeto materno, e agora você assiste a mãe retirar da neta, sua sobrinha, o seu objeto de afeto, o cachorrinho, substituindo-o por outros quaisquer. Ausência de compaixão? Egoísmo? Punição? Falta de afeto materno?

Você assiste ao oportunismo. O outro não merece o melhor. O outro pode ser subestimado. Será que responsabiliza sua mãe por seu lado egoísta, oportunista, sem ética? Ou será que essa criança é o seu lado ingênuo que você mesma subestima em você.

Sua mãe é a imagem, o símbolo, o conceito, que possui dela, é assim que a percebe. Considere que essa representação está além do seu amor por ela, e não nos cabe julgá-la, já que o conteúdo representado necessariamente não é o que ela é na realidade. É apenas conteúdo incorporado por você, o que foi assimilado a partir de seu ponto de vista, da relação construída e da história que viveram.


FEED BACK - Menstruação e Purificação


No post Menstruação e Purificação, ao final levante uma hipotese que se mostrou inconsistente. Como estava esperando o retorno, acredito que se mais alguem estava interessado, já temos a resposta. Não ocorria interferencia negativa. Significa que o inconsciente não interfere na função corporal? Não! Ele não Interferiu negativamente, neste caso. Surpreendentemente, o quadro é oposto e absolutamente favorável, e facilitador como na intenção de lavar as roupas sujas. Para mim responde a minha questão e leva-me à reflexão. abaixo a Observação e o fed back: 


OBs.: Possível pela relação do masculino e sua disponibilidade com a realidade feminina. Esta questão me parece significativa e lhe peço informações sobre o seu estado pré-menstrual, já que se o quadro é de alteração, mudanças de humor,etc. é de se considerar que a incoimpatibilidade com o masculino pode permitir que ele se manifeste interferindo no humour como forma de retaliação, provocação ou confronto. Gostaria de ter essa informação. Obrigado!

FEED BACK
 Por incrível que pareça eu nunca senti alteração de humor decorrente do período menstrual. Sempre estranhei minha TPM, pois ela aparenta ser diferente. Geralmente nos dias que antecedem e algumas vezes até durante todo o período mentrual, eu fico com energia redobrada, muito animada, alerta, cheia de disposição, o que algumas vezes acaba criando uma dose de ansiedade, mas eu gosto disso pois prefiro sentir o que sinto do que outros sintomas como irritação, desanimo, tristeza, apatia, etc. Chego a me sentir com mais bem-estar. Sempre lidei de forma muito natural com meus períodos férteis, pois eles são bem tranquilos, tanto que, como disse, até me espanta. Nunca tive problemas maiores ligados ao fato, ao menos conscientemente.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

MORANGOS SILVESTRES


Em relação à postagem anterior, gostaria de avançar na reflexão sobre a força do desejo. No livro Zorba o Grego, o autor(Nikos Kazantzakis) conta que Zorba se sentia incomodado, ainda criança, quando  ia para a escola, ao passar por um comércio e ver umas frutinhas que lhe pareciam deliciosas. Passava o dia pensando nas frutinhas,. Um dia, furtou do pai umas moedas e comprou uma grande caixa daquelas frutinhas e comeu até sentir dor de barriga, e nunca mais sentiu-se incomodado com o desejo de comer aquilo. Esta lembraça me veio em decorrencia de uma questão humana fundamental em nossas vidas: Nossa relação com o Desejo.

Muitos são os caminhos para lidar com os desejos, entre esses caminhos dois se mostram especiais pelo extremo que buscam: Há os que se entregam à saciedade; Há os que renunciam a eles.


  • Os que mergulham no mar dos desejos podem descobrir muito tarde que  é um caminho ardiloso. As compulsões são mobilizadas, acionadas e o sujeito pode sair detonado de seu mergulho na busco do prazer. É um caminho perigoso e que aparece na sociedade moderna como o grande caminho a ser seguido. Neste caminho, em geral, o individuo descobre tarde que a saciedade pode ser um buraco de insaciedade. Ele se liberta da pressão do desejo mas fica aprisionado pela insaciedade;
  • Há os que renunciam, ou tentam, aos desejos. Guardadas as diferenças de natureza, geralmente aplicam a disciplina severa no controle das pulsões. O que não significa um caminho apenas de força e determinação, principalmente porque a força dos tormentos confrontará o sujeito permanentemente. Dois tipos chamam a atenção. O religioso abstêmio de sexo, poderá ser atormentado por imagens compensatórias e tentações poderosas, que tenderão a subjuga-lo, lançando-o em fantasias e desejos alucinantes que tenderão a promover o surgimento de desvios sexuais, como os que hoje em dia são denunciados pelo mundo afora. O vaidoso, ou  narciso, tentará subjugar o desejo da fome com dietas severas que colocará a questão alimentar como a questão prioritária na sua vida. Tenderá a passa a vida pensando em comida, comer ou não somer.
Tendemos a querer subjugar o corpo independente de sua necessidade, ou abrir as portas para saciar seus desejos. Como mediadores, a tarefa é gigante, e maior se faz quando associada a ansiedade. Quanto mais formos ligados à consiciência das sensações mais próximos estaremos do aprisionamento sensorial ou da disciplina da renúncia. A solução, provavelmente seja a libertação na consciência.

CARÍCIAS


Carla121

Em segundo, eu estava com o mesmo homem do sonho da noite anterior. Ele tinha um jeito levemente afeminado que me agradava e surpreendi-me quando ele acariciou-me e foi levemente tentando aproximar-se até que me tomou de carinhosos beijos. Conforme o envolvimento foi aumentando, tentei desvencilhar-me e ele desconfiou (ou lembrou) que eu estava menstruada. Respeitosamente ele entendeu a situação e continuamos apenas com os beijos.

Em geral sonhos com nuances sexuais ou eróticos compensam necessidades biológicas, e afetivas. Atualizam essas descompensações e enviam sinais de mobilizações predispondo o organismo a esse tipo de envolvimento e de vivência. E não se pode esquecer que independente de qualquer necessidade emocional ou afetiva, o corpo possui suas necessidades programadas, enquanto corpo, máquina bioquímica, preparada para a tarefa de procriação do individuo maduro, necessidades que regularizam suas funções.

Parece-me que neste sonho fica evidente um mecanismo, já avaliado em sonhos anteriores, que determina os eventos oníricos.

É necessário lembrarmos que o sonho ocorre numa dinâmica pré-estabelecida. Há uma proposição na sua construção, mas isso não impede que a Lei da Imprevisibilidade também atue no universo onírico.

O individuo como um agente,  pode  não interferir no sonho por sua condição passiva  ou não conseguir interferir por imobilidade ou incapacidade, e o sonho será menos imprevisível considerando   a  intenção  de sua pré construção, neste caso, menos imprevisível será o sonho, ou menos interferências ocorrerão no projeto de intenção do sonho construído.

Mas quando o sujeito é mobilizado em seus bloqueios e em suas defesas severamente construídas, por conceitos morais, princípios religiosos, dificuldades pessoais, limites predeterminados a partir de sua relação como  ser simbólico, constituído de natureza animal, suas respostas podem alterar a dinâmica dos sonhos.
O que quero dizer com isso que existe uma lei de simultaneidade entre a natureza do corpo e nossa natureza simbólica. Quando interferimos mais do que deveriamos, o corpo reage promovendo ação semelhante interferindo na dinâmica de condução corpo, retirando do individuo prerrogativas na sua condução e impondo-lhe a submissão" às necessidades corporais.

No sonho fica aparente que a reprêssão é significativa, e altera a dinâmica do sonho por que a realidade do cenário funcionando como estímulo promove uma resposta a partir da polaridade que é capaz de induzir no sonhador.

Esse fenômeno ocorre no sonho acima com o limite predefinido pelo sonhador, o "não mavance", decorrente do incômodo causado pelo conflito entre o desejo do envolvimento e sua indisposição de envolvimento em decorrência da condição menstrual.

Há outro lado instigante: É a natureza feminina do masculino, a condição do homem feminino, e o limite da condição feminina da sonhadora, de sua natureza. O limite, a justificativa do não envolvimento, baseada na condição de sua natureza feminina interpõe-se é funciona como bloqueio para paralisar a entrega.

É possível que o exercício do controle ocorra pela fragilidade do desejo, ou pela força do desejo de permanecer apenas nas preliminares, sem envolvimento mais profundo. O limite pode estar relacionado à condição juvenil que se impõe ao envolvimento, ou à necessidade de se envolver sem se comprometer (defesas), impedindo a mulher madura, aquela que pronta para pagar e assumir seus desejos, não encontra espaço frente a princesinha que não suporta o sangue da menstruação, o sangue do sacrifício.

Veja que considero o simbolismo da situação. Quando a virgem se oferece ao macho, ela oferece a sua virgindade, sua pureza, e dá ao macho o direito de penetrá-la. Este é o sacrifício, que se torna um bom ato de sacrifício quando dentro dele se descobre o prazer, o orgasmo. Superando a força do controle o individuo encontra o prazer e o relax do orgásmo, a sensação de harmonia, o abandono das tensões.

Naturalmente, que muitas são as mulheres que têm dificuldades frente às alterações promovidas pelo estado menstrual de se entregarem à copula. É compreensível, ainda que outras tanto se permitam avançar neste estado, para experimentar e para descobrir a força do orgasmo nesta condição.

Mas no sonho, o limite parece-me outro que não a condição que o estado impõe, surge uma questão:

 O conceito, ou preconceitos,  lhe impede sua maturação como mulher adulta
ou o impedimento lhe favorece manter-se juvenil,
 retardando seu crescimento como mulher?

quarta-feira, 21 de julho de 2010

MINHA CASA

Imagem de apartamento em São Paulo

Carla 120

Tenho algumas recordações superficiais.
Primeiro eu estava chegando com minha mãe num apartamento enorme que houvera acabado de ser pré-decorado. Minha mãe disse que antes de terminarem o serviço não aceitavam visitantes, mas eu adiantei-me para pedir ao funcionário que lá estava e ele deixou-nos entrar para ver o apartamento. Parece que era o primeiro andar. Tudo era muito amplos e cada cômodo possuía dois ambientes, um mais sofisticado e outro mais usual. Entretanto, num deles minha mãe já não era ela, mas sim um homem que perguntou se naquele cômodo (era uma espécie de sala escritório) não daria para inverterem os ambientes, ou seja, trocarem a mobília de lugar. Achei estranha a pergunta, pois não tínhamos interesse de comprar um apartamento daqueles. Nisso olhei para o exterior. O prédio fora construído num local que possuía uma antiga mansão, a qual fora demolida, mas ainda se podia ver a piscina velha de azulejos azuis não desmanchada. Pensei que talvez eles fossem apenas reformá-la ou deixar aquela mesma, mas isso seria muito descabível. Ver um apartamento novo tão bem decorado com uma piscina velha e feia fez-me ter uma má impressão dos responsáveis daquele projeto.

Casa nova, renovação, piscina nova. Novas formas de se divertir, de viver, novos instrumentos, novos, espaços.


Uma renovação chama outras, ou exige que outras sejam realizadas. Caso contrário, renovamos o conceito, mas mantemos a mesma conduta, a mesma postura, o mesmo tipo de atitude diante da realidade.

O novo exige uma nova repaginação. Casa nova, cabeça nova, novas formas de ver o mundo, novos conceitos, novas atitudes, novas respostas.

A casa, o apartamento, a morada, diz respeito a nós, nosso corpo, nossa vida, nossa forma de postarmos no mundo. Como um projeto arquitetônico. Deus Cria, nos decoramos, eliminamos o lixo, os excessos, escolhemos a disposição dos móveis, acrescentamos os objetos e os conteúdos que espelham nosso prazer, o cuidado, a proteção, o estilo pessoal, nossa marca.

A sociedade de massa é complexa e tende a nivelar pelo mediano. O individuo tem chances iguais diante do mundo, informações básicas, conhecimento básico, vida padronizada, sofre percalços como qualquer outro mortal, encontra as mesmas dificuldades, corre os mesmos riscos... estamos no mesmo mundo, vivendo a mesma vida e diferenciados apenas por cenários, fantasias, posses que facitam certas realidades. Mas no frigir dos ovos estamos na mesma encrenca.

Apesar disto o mundo moderno permite ao mortal comum uma distinção magistral: Somos uma unidade Única, e se quisermos podemos nos diferenciar além da media geral, criar o seu estilo pessoal, romper com o padrão e o comum, o mediano.

Especialmente, agora me lembro de Ludwig Rei da Baviera que construiu castelos belíssimos a partir de conceitos que espelhavam sua forma de ver a vida. A elite tinha essa possibilidade de realizar o idealizado. Hoje, guardados os limites, cada vez mais, o anônimo pode ter este prazer de materializar sua criação, provando que constrói sua maior riqueza, sua individualidade.

Isso é o primordial, hoje se pode ter acesso ao que é essencial para construir a nossa casa, a vida pessoal. Hoje podemos nos construir melhores, diferenciados, plenos, realizados, independente de ter ou não ter grandes posses ou de exibi-las.

O sonho parece dizer isto. No lugar de uma antiga mansão, construiu-se a morada moderna, mas a piscina ainda é a velha piscina, manteve-se uma linha do passado, o padrão . O empreendedor pode estar economizando, sendo pão duro, ou tendo pouca visão na aplicação de seus recursos por economia ou falta de visão.

É preciso transformar o velho, renovar, renascer com o frescor do novo ou apenas para repetir o velho, o passado. O processo da renovação foi iniciado, mas não plenamente completado, a necessidade da transformação continua. Não adianta puxar os olhos, esticar a pele, tingir os cabelos, usar roupa nova, comprar carro novo, ficar peituda, bunduda, ou botocar os lábios e as bochechas, se a piscina continua a velha piscina. É preciso acondicionar bem o recheio, cuidar do principal, a postura que desenvolvemos diante da magnitude da vida. Cuidar integralmente do Ser. Esta coisa de ir para o salão repaginar o visual é fantasia do simplismo. Não há perfume que supere o cheiro do bolor, do passado esquecido nas sombras, das roupas guardadas. As transformações precisam ultrapassar os limites da casca.



terça-feira, 20 de julho de 2010

MENSTRUAÇÃO E PURIFICAÇÃO


Carla119


Não tenho lembrado muito bem dos meus sonhos. Essa noite sonhei que estava num local do qual não era muito habituada e um homem, provavelmente já conhecido, chegou até mim e disse maliciosamente sussurrando acima do meu ouvido (ele era mais alto que eu): 'Fiquei sabendo que você está suja, cheia de sangue. Uma vez que já sei a respeito disso, posso lavar suas roupas?' Entendi que ele se referia a minha menstruação e respondi: 'Não, eu não gosto que ninguém lave as minhas roupas, principalmente as íntimas, aliás, nem se quer gosto que os outros fiquem sabendo que estou nesses dias'. Eu não fiquei envergonhada ou irritada pela situação e nem desconfiei a respeito do pedido dele, apenas imaginei que aquele homem deveria ser imensamente cavalheiro por me oferecer uma gentileza do gênero. Que homem teria a capacidade de oferecer-se para lavar minha roupa em tais condições? Ele compreendeu minha resposta e eu permaneci maravilhada com sua postura.

O que um sonho desse quer dizer-me? Poderia ser alguma parte masculina interna?

A menstruação é essencialmente um símbolo da natureza feminina e peculiaridade de sua condição de procriação e feminilidade.

Mulheres existem que não se dão bem com esta natureza. Principalmente porque é uma condição que define uma natureza, um estado mutável e inevitável, promovendo mudanças, alterando estados emocionais, bioquímicos, realidades, e determinando a força dos instintos.

Nada muito diferente da necessidade de se alimentar, de repousar, de eliminar resíduos, saciar a sede, mas incômodo como realidade.

A menstruação chama com força a mulher para o seu corpo, não dá para negar ou relevar os cuidados que se exige. Essa chamada para o corpo reflete na vaidade feminina que diferentemente da masculina é muito mais natural, pois nasce nessa chamada como necessidade biológica.

O sonho define sua maturação como mulher, pronta para ser fecundada, para realizar sua natureza de Matriz da espécie. E o homem, como representação de seus conteúdos masculinos têm consciência e respeito pela sua natureza. Oferece sua força física, energia, para regular sua descompensação neste estado. À medida que você vai tomando consciência desse lado masculino, esses conteúdos vão sendo integrados ou pelo menos sinalizando a integração.

Lavar a roupa suja pode representar seu processo de purificação, colocando as coisas em ordem, organizando sua vida, seus conceitos, eliminando a sujeira acumulada, ou aquilo que não cumprindo sua função é eliminado naturalmente. Assim como a menstruação: o óvulo não fecundado é eliminado e a preparação para a função de geratriz desfeita. O corpo é assim elimina o desnecessário, o imprestável. A roupa é sua pele o revestimento do seu corpo, podemos pensar na sua segunda pele, a persona, que suja, é purificada para ser reutilizada.

E o seu encantamento? É o foco que a psique se utiliza para prender sua atenção, já que essa é uma característica, sua marca registrada. Neste caso o seu encantamento é pela solicitude, sua expectativa de ser considerada, respeitada, amada.

Um detalhe: a não ocorrência de mudanças no humor ou instabilidade emocional.

Não sei se você apresenta quadro de TPM com mudanças de humour, irritabilidade etc. mas é possível que possa haver alteração nessa dinâmica emocional de pré-menstrual ou menstrual, com tendência a maior equilíbrio, menos instabilidade emocional nesses momentos.

OBs.: Possível pela relação do masculino e sua disponibilidade com a realidade feminina. Esta questão me parece significativa e lhe peço informações sobre o seu estado pré-menstrual, já que se o quadro é de alteração, mudanças de humor,etc. é de se considerar que  a incoimpatibilidade com o masculino pode permitir que ele se manifeste interferindo no humour como forma de retaliação, provocação ou confronto. Gostaria de ter essa informação. Obrigado!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

EXPECTATIVAS E CAMA


Carla118
Por último, eu voltei a sonhar com a jovem do segundo sonho. Ela e outras jovens estavam fazendo algumas coisas de comer. Eu não me sentia muito bem tanto física quanto emocionalmente e procurei um lugar para deitar. Ela nem se quer foi ver o que eu tinha e fiquei lamentosa pela postura insensível dela. Sem mais, isso é tudo o que lembrei.

Naquele sonho comentei:

“O momento parece de angústia, ou há angústia mascarada, seu desejo é de ser cuidada. Frágil aceita até uma dosagem elevada de amortecedor. E a psiquê cuida de reequilibrar seus mecanismos descompensados.”

Você confirma que sua expectativa é grande de se entregar aos cuidados alheios, como que prostrada. Mantém o elevado nível de expectativa no outro, como ele fosse a solução de seus vazios, angústias, dificuldades e carências.

Ninguém no mundo vai preencher esse vazio, ele é um desafio pessoal que precisa ser superado, e o será quando fortalecer o seu vigor na busca de realização de seus sonhos. E se encontrar alguém que tente preencher esse buraco, mesmo que ele viva voltado para essa tarefa, o buraco se ampliará. Você aprisionará seu herói e será prisioneira de suas ilusões, da carência insaciável, de um passado não realizado.

Em determinados e específicos momentos somos agraciados pela presença de um herói, mas eles são oásis passageiros, a vida nos exige que sejamos heróis de nós mesmos. Esta é a tarefa, proteger a alma, fortalecer o espírito, para empreender e cumprir a jornada de nossa vida.

E aqui, de volta ao dia a dia. Às vezes para sair do excepcional somos recolocados em nosso cotidiano, áspero como um deserto. É como se... Como alento fossemos alertados:

Ou ficamos sofrendo por migalhas ou superamos os obstáculos Ou renunciamos às bobagens, ou nos entregamos ao que tem importância e significância. Muitos preferem o quase nada. Quando plenos podemos ter compaixão por aqueles que desconhecem o sabor do sagrado. A escolha é pessoal.

Ah! Um lugar para deitar parece a imagem de seu lado passivo e choroso, a horizontal. Você focaliza o lado insensível do outro´para realçar sua sensibilidade, ou seja, o outro pode não ser tão insensível e você pode se acreditar mais sensível, suscetível do que a cautela indica.
Essa expectativa da resposta do outro é absurda, é querer do outro mais do que ele pode ou tem disposição de oferecer, isto pode sinalizar maus presságios.

PAUTAR SEU BEM ESTAR NO COMPORTAMENTO ALHEIO...
MUITO SOFRIMENTO À FRENTE.

Já considero árduo o trabalho do individuo de se conduzir, guiando a vida de forma saudável equilibrada, favorecendo o bem estar e o sucesso. Agora, ficar à espera  da atenção, do afeto, da disponibilidade, da disposição, do interesse do outro é se entregar ao imponderável, ao fracasso.

ACORDA, E CAIA FORA DESTE EQUÍVOCO.

Conduza a sua vida de forma a precisar o mínimo possível do outro, em todas as áreas possíveis. Já estamos dentro de uma sociedade onde esta dependência já nos coloca em excessiva dependência na sociedade. Quando tiver conquistado essa independência emocional e material, você estará mais próxima do bem estar.

Reflita as duas variantes a seguir:


  • Ir para a cama esperando o aconchego da amiga pode ser expectativa de leva-la para a cama, desejos obscuros, narcísicos ou masturbatórios;


  • A cobraça pessoal de se obrigar a sentir pena de si mesma.
Parece-me que seu lado hipersensível, rejeitado, abandonado, carente, frágil, lhe empurra para a compensação narcísica, para os desejos, e o consequente conflito moral X sexual, seguido de punição e sofrimento. O que não quer dizer que voce tenha tendência homosexual, mas a fantasia de encontrar, na identidade sexual, com outra mulher o refugio para sua carência, esse seu enigma insolúvel e a consequente punição e sofrimento.

Bye



domingo, 18 de julho de 2010

DESÍGNIOS

    Obra de Salvador Dali

Carla117


Em décimo eu estava vendo da janela de uma escada um grupo de paraquedistas. Depois dos saltos eles adentraram no prédio. Nisso encontrei com uma mulher e ela chamou-me agarrando minha mão e praticamente me puxando. Perguntei por que ela não me avisara daquele grupo, pois se eu soubesse, teria me inscrito para pular de paraquedas também. Ela me retirou do local, nós passamos no meio do grupo de paraquedistas que estavam no corredor (ficou uma fileira de homens uniformizados de ambos os lados) e começamos a descer numa outra escada quando ela perguntou-me se eu tinha certeza de não estar caindo outra vez numa armadilha. Ia responder que não quando ela transformou-se num homem que agarrou meu pescoço e tentou com a boca enfiar-me uma espécie de espinho envenenado na minha testa. Percebi que era sim outra emboscada. Uma força estranha surgiu em mim e consegui desvencilhar-me dele enquanto ele/ela se desequilibrava e caía da escada. Depois de rolar dois degraus ele parou desfalecido. Instantaneamente aquela já não era mais eu, pois eu estava em frente a uma televisão assistindo aquelas cenas, aos quais faziam parte de um filme chamado A vida de Isabel (ou poderia ser Isabela, não lembro direito). Assistindo as cenas finais do filme, vi-me na tela, mas meu rosto foi mudando para outras faces femininas e masculinas até que ela ficou idêntica a face comumente conhecida como a de Jesus e depois ainda continuou sua transformação para época ainda mais remotas. A moral da história do filme era mostrar que Jesus poderia ter retornado numa figura feminina. Só não consegui associar ou aceitar que essa figura feminina fosse eu. Era como se eu tivesse tomando rápido conhecimento de todas as aparências de rosto que tive de encarnação a encarnação. Acho difícil interpretar o sentido de um sonho como esse.

A primeira parte deste sonho é singular e particularmente significativa em sua dinâmica.

Para mim é extraordinário ver a construção de um sonho que coloca o sujeito inserido em uma situação crítica que lhe exija, de forma decisiva, uma tomada de atitude frente ao risco.

Na vida real existem acontecimentos significativamente tão decisivos, ou momentos tão graves, que exigem todo o melhor de nós, e quando superamos esses momentos saímos deles diferenciados... Já não somos os mesmos.

Essa é a importância que dou a esse sonho. Ele contraria a sua postura passiva e de vítima e lhe exige o seu melhor. E você consegue acumular força para não sucumbir ao medo ou ao pânico, enfrentar o desafio e sair transformada.

Esse é para mim um sonho de transformação e de metamorfose. A energia aprisionada em nossa tensão, bloqueada pelas defesas, em amarras que nos aprisionam, são como que superadas e transformadas e uma nova força surge, percorre o corpo e focaliza a ação.

O fenômeno no corpo é a superação da paralisia. O corpo inerte e aprisionado, submetido ao domínio, onde o sujeito não consegue aglutinar sua força e nem focalizá-la, se supera e mobilizando-a, aglutinando essa energia, transforma-a de difusa, fora de controle, em concentrada e direcionada.

Isso é o que posso chamar de um ATO de PODER, um passo de poder, a Aglutinação da Energia pessoal.

“Uma força estranha surgiu em mim... Instantaneamente aquela já não era mais eu”

Você se transforma e avança. Este é o desígnio. Somos uma energia bruta, dispersa, difusa, que busca foco e transformação.

Voce pode pensar: mas energia não é tudo igual: Genericamente sim, mas assim como a matéria apresenta estágios e diferenças as energias também podem ser diferenciadas. Se fosse possível mostrar um paralelo pensaria na diferença entre o Sol e um Buraco Negro.

O Sol em primeiro estágio, em convulsão, emite luz e depois como Buraco Negro chupa matéria.

A segunda parte pode ser ainda mais extraordinária. Frente à transformação vivida, a vida como que agracia o sujeito com um momento de magia, no seu caso você consegue ver a rede que te une ao passado, a conexão de sua vida com o “tempo do não tempo”, com todo o sempre, que passando, está, como que, aqui ao lado. Você é agraciada com um mistério decifrado.

Neste aspecto, Jesus somos todos nós. Jesus vive em cada um de nós. Porque a história da humanidade reina em cada um de nós. Como renúncia e sacrifício, como símbolo do sagrado e como o pão que alimenta e como o vinho, plasma de vida que alivia nossas dores nos dando vida, circulando, em nós, como Linfa.

Cristo é mais do que um símbolo, é arquétipo de desígnio de nossas vidas: Na renúncia; Na referência de princípios construídos na formação do homem social, representação paradigmática da evolução do primitivo predador para o coletivo protetor: No sacrifício que vivemos para a superação e educação de nosso lado sombra; No renascimento, na ressurreição, quando completamos a transformação da matéria em luz, realizando nosso desígnio.

TODOS SOMOS UM

Penso que não cabe avaliar o sentido específico do sonho: o Jesus e seu lado sacrificado, crucificado e santificado. Seria reduzir a vasta riqueza no digerível enquadrado.

Você, bem o percebeu:

“Era como se eu tivesse tomando rápido conhecimento de todas as aparências de rosto que tive de encarnação a encarnação.”

Essa, a Graça recebida pelo comportamento impecável que a vida nos exige. Quando somos IMPECÁVEIS o Divino nos agracia.

Mas não se esqueça, esse foi apenas um obstáculo, um desafio, outros se seguirão!

BYE!