quarta-feira, 31 de março de 2010

BEIJO NA BOCA



    
CH40
Também lembro de ter sonhado algo bom. Eu estava acordando cedo para ir à escola e me perguntava como fora optar por isso. Só fui amante de acordar cedo em situações esporádicas e sofria na época da escola para levantar cedo da cama todo dia. Uma vez já formada em nível superior não entendia como voltara a estudar na parte da manhã, ou melhor, como tivera coragem para tal. Entretanto, depois de estar no local, acho que era uma universidade, já estava bem e feliz com os estudos. Eu tinha uma apostila bem grossa e enquanto o professor anotava alguns tópicos dela no quadro para prosseguir com a aula, eu lia um livro de literatura. Dois dos meus maiores prazeres sempre foram ler e estudar algo que seja do meu interesse. Ali eu estava fazendo as duas coisas juntas. A aula era sobre os olhos e verificávamos toda a estrutura da visão. Quando chegou o intervalo eu estava na sala dos professores e conversava com o professor cuja aula acabara de ter. Não lembro bem da conversa, mas com sinceridade eu procurava dizer tudo o que ele gostaria de escutar. Disse que ele precisava fazer o que fosse melhor para sua felicidade, mesmo que isso fosse deixar saudade em vários corações. Eu sabia que ele queria mudar da cidade, mas estava tendo dificuldades de conseguir transferência ou, talvez, houvesse algum outro motivo não revelado a segurá-lo ali. Ele me perguntou se eu mudaria mesmo de cidade se estivesse no lugar dele. Percebi que ele queria saber de maneira geral e não apenas se eu estivesse no lugar dele. Respondi que sim, que mudaria e residiria em qualquer cidade que eu viesse a gostar e donde eu pudesse me sentir mais feliz. Se ele não estava feliz em tal cidade, ele tinha sim que ir para onde se sentisse melhor. Transferindo isso para minha realidade: eu gosto muito do lugar donde morro e dou para trás todas as vezes que minha mãe fala de mudar de cidade. Ela muito já cogitou em morar em ............ e só ainda não foi por causa da minha avó que também mora aqui em.... Minha irmã fica falando da possibilidade de eu ir morar em São Paulo de futuro para ficar perto dela, mas eu detesto cidade muito grande e, além do mais, tenho minha amada chácara por aqui me esperando. No sonho eu fui clara em dizer que não tinha problema com uma mudança de cidade pois o contexto era de insinuação. Eu dizia sobre mudança deixando implícito, ao menos para mim mesma, que a faria com ou por alguém como ele. Ali eu não estava respondendo por base na minha vida real, mas com relação ao contexto onírico em si. Eu folheava um jornal tentando distrair-me e também para disfarçar meu olhar que se focava no professor remexendo em seus materiais. Ele devia ter uns trinta anos, com aparência entre jovial e madura. Tinha os cabelos curtos atrás, mas soltos em mechas na frente, dando um ar entre esportivo e despojado. De repente ele aproximou-se e me beijou. Embora eu estivesse com uma postura super simpática por causa de interesses ocultos, subestimei minhas capacidades de conseguir ter alguma chance de uma intimidade maior com aquele homem. Eu queria o beijo, mas pensava que não deveria aceitar aquilo, pois estaria entregando meus sentimentos. Eu queria fazer o charme dando uma de difícil, mas eu estava contente de mais para esquivar-me do beijo. Aquilo fora completamente além dos meus planos e eu fora pega de surpresa, mas estava adorando. Tentei sim me desvencilhar dele, até porque estávamos na sala dos professores e mais gente podia chegar a qualquer momento. Ali não era lugar para envolvimentos, muitíssimo menos de um professor com uma aluna. Quando ele parou de me beijar eu lhe pedi desculpas pelo acontecido, dizendo que agira imprudentemente aceitando aquele beijo ali, algo que poderia prejudicá-lo, mas expliquei que não conseguira resistir. Para contra-gosto eu acordei.
Tal sonho parece apenas uma porta de auto-conhecimento para mim. Não sei porque sempre subestimei tanto minha real pessoa. Muitos já se surpreenderam comigo e, de certa forma, eu também. Sou daquelas que joga verde para colher maduro nunca achando que vai conseguir de fato colher algo maduro quando a colheita é relacionada com relações humanas. Sou a moda mineira: comendo pelas beiradas... mas em geral acho que posso fome. Não tenho facilidade para conseguir as coisas, mas as consigo sempre que meu querer é motivador.
Para as coisas que o querer não impera eu me deixo levar sem muito forçar ou rejeitar, apenas crendo no dito popular: O QUE TIVER DE SER, ASSIM SERÁ.
O que você acha de tais sonhos?

Você acha um bom sonho, eu o penso bom pela união entre masculino e feminino, você passeia nas sensações agradáveis ainda que apareçam confusões conceituais, morais, culpabilidade e de estratégia nesse encontro. Apesar da proximidade entre os opostos você ainda intervém de forma repressora. Você se referencia em “O QUE TIVER DE SER, ASSIM SERÁ”, forma em que constrói sua idealização para estabelecer a conexão, o vínculo, mas conduz a dinâmica de forma confusa, procura não se comprometer, evitando a exposição, como se isso fosse possível. Pode parecer confortável, você se esconde, brinca de esconde & esconde com o outro idealizando que a magia da relação acontecerá na sua omissão, no seu jogo, caindo do céu como um presente dos Deuses.
Garota, só por sorte! E mesmo que ela aconteça, não será o bastante para lhe permitir sustentar um relacionamento. Você inevitavelmente terá as portas abertas para a paixão mas lá dentro terá mais chances de se perder nas tramas do envolvimento.  “Sou daquelas que joga verde para colher maduro”; “comendo pelas beiradas... mas.. passo fome.” “subestimei minhas capacidades”.

O sonho fala em mudanças. Mudanças pessoais, de casa, de lugar, de cenário. “Respondi que sim, que mudaria e residiria em qualquer cidade que eu viesse a gostar e donde eu pudesse me sentir mais feliz.” Esta é a idéia: viver o que nos faz feliz. Esta é a referência pessoal.  Ao longo da vida podemos ter que adequar a realidade à necessidade pessoal no momento e com o que gostamos. Precisamos desta flexibilidade, mas o propósito de realizar o caminho pessoal não pode ser esquecido. Assim é básico escolher onde queremos morar, onde será a casa dos sonhos, aquele lugar que permita a felicidade acontecer, onde se respire felicidade.
Há pouco tempo atrás uma cliente se manifestava dizendo que se sentia feliz em New York, para poder descer à tarde e tomar um café na Broadway, e eu comentava que preferia ser feliz à beira de um lago silencioso, no alto das montanhas de Minas. Digo-lhe isto para que compreenda a importância de se comprometer com seus sonhos, seus propósitos, suas buscas e realizações, e as diferenças. Cada um no seu quadrado. Isto significa escolher. Escolher o que se quer viver, o que quer fazer e como fazer tudo isto no presente.

Agora... Você disse: “eu procurava dizer tudo o que ele gostaria de escutar.” Isto parece-me ser viver em cima da Idealização, daquilo que se considera o ideal, daquilo que satisfaz o anseio do outro. O que realmente pensas a respeito de mudanças e de realização de desejos? Você é capaz de promover mudanças para realizar sua felicidade? Pagas o preço? Arriscas?  Ou apenas diz para o outro o que ele quer ouvir, o que você idealiza como o ideal mas não realiza. E porque não parte para a realização? Pense!
O sonho fala nesta ambivalência entre a idealização e a realidade. E essa diferença é que produz um abismo te afastando de suas possibilidades de se realizar.
Tudo isto tem a ver também com o relacionamento a dois, homem X mulher. A ambivalência entre ser o que você é, expressando seus desejos, e a necessidade de seduzir e conquistar, se fazendo disponível para que o outro te descubra e te conquiste. Eu quero o outro, mas  demonstro que não tenho interesse, me escondo, para que ele  manifeste seu desejo para que possamos nos encontrar. Eu quero um beijo mas não posso aceitar, pois entrego o meus sentimentos Eu faço charme, me faço de difícil, tento me desvencilhar... mas estou adorando o beijo e ser beijada, domada.
STOP! Pare tudo! Vamos começar tudo de novo. Vamos abandonar os velhos hábitos, as velhas artimanhas, os joguinhos de esconde, de não quero quando quero. É hora de recomeçar. E recomeçar para quem não sabe como, é EXPERIMENTAR. Descobrir o caminho experimentando.
O mais fantástico da modernidade é a igualdade de direitos entre homens e mulheres. E neste mundo quando as mulheres funcionam como suas avós, a coisa tende a não funcionar. É quase como querer tocar CD em toca disco... Há inadequação. É necessário se permitir experimentar, reconhecer o mundo no qual vives, decodificar os códigos com os quais os jovens de seu tempo vivem, mas principalmente compreender que você pode ter uma atitude PRÓ ATIVA, responsável pela realização de seus desejos. Uma atitude de escolher a partir de seus desejos e se manifestar com clareza, transparência. Antes de valorizar o outro, você se valoriza como produto pessoal. Antes de correr atrás do coelho é despertar no outro o desejo como coelho de correr atrás de você. Assim você escolhe quem lhe interessar. Agora... se o outro é coelho e lhe interessa, mostre-se, experimente, exercite-se manifestando-se sem medo de ser renegada.

    ESCOLHA E... CORRA ATRÁS DA REALIZAÇÃO DE SEUS DESEJOS.

Minha cara, a vida passa muito rápido, não fique aprisionada em artimanhas, corra atrás de sua satisfação, de suas realizações.
E... Não se esqueça do básico:
COLHE,  QUEM PLANTA!

terça-feira, 30 de março de 2010

COBRAS E LAGARTOS I





  


CH39
Como sonhos não tem fim, eis mais alguns:
Sonhei com muitos casais de cobras finas na garagem que, esticadas, se encontravam cabeça com cabeça formando várias linhas de cobras paralelas num alinhamento diagonal. Havia alguém lavando a garagem, acho que era a faxineira do inquilino da casa de cima, e minha mãe olhava essa pessoa da porta de entrada daqui de casa. Perguntei a minha mãe se não iam matar as cobras e ela respondeu que não sem dar maiores explicações. Nisso eu quis acordar e não conseguia. Chamava pela minha mãe para ela me acordar. Minha voz saia sôfrega e rouca. Sabia que me desesperar era pior. Eu precisava me acalmar se quisesse acordar e, como em todas as vezes que sonhei com isso, tentei manipular a situação não forçando o despertar para ele vir a ocorrer de modo natural. É como se de certa forma eu estivesse com meu cérebro acordado, mas todo o resto do meu corpo não me obedecesse estando em profundo sono. Isso continuou desesperador até que de fato consegui acordar bastante assustada.
 Quando voltei a dormir sonhei que meu dente canino esquerdo estava mole e quebrado enquanto havia outro torto e pequeno nascido por dentro. Eu estava de luva preta rendada e conforme mexia no dente para analisá-lo, a luva sujava com bastante sangue. Por fim eu tirei a luva suja ainda perplexa e penalizada tentando entender como meu dente ficara daquela forma.
Sonhar com tudo isso foi horrível e eu me sentia sem ter o que fazer para mudar ou sanar os problemas. Será que isso tem referência a esse mesmo sentimento com relação a situações concretas da vida?

COBRAS E LAGARTOS II

           
 
As cobras podem ser vistas sob a lente de aumento dos sonhos, Sabia? No sonho uma imagem invísivel ao nosso olhar comum pode ser amplificada pela psiquê e em caso de distorção se constroi a imagem em cima de representações e códigos de imagens mais próximos do que seria a imagem autêntica.  Neste caso é importante que considere a possibilidade de representação simbólica de infestação microbiana. Face exame de fezes para tirar dúvidas de contaminação e infestação, ou fique atenta à possibilidades de infecções por vírus e bactérias.
As cobras possuem múltiplas, importantes e vastas significações,  abordarei significados que considero essenciais mesmo pareçam básicos: Tenho visto ao longo dos anos significações desse símbolo que estão relacionados à sua dimensão pessoal e ao coletivo. Faltando-me a possibilidade de averiguação e a proximidade que me permitissem a busca do significado pessoal (absolutamente restrito) resta-nos considerar a compreensão do coletivo que, pela quantidade de possibilidades, me exigem um foco mais sintético.
A cobra encarna a psique inferior, o psiquismo obscuro, misterioso, incompreensível, raro. As serpentes formam a multiplicidade primordial, indivisível, que nunca encerra o desenrolar-se, desenroscar-se, desaparecer e renascer. O homem aparece numa ponta da escala de evolução e as serpentes na outra ponta.
Como símbolo da energia vital (a kundaline) que ascende a partir do cóccix pela coluna vertebral, subida da libido, renovação da vida e atinge os chacras superiores para levar o indivíduo à individuação ou à insanidade.
            No sonho relatado parece-me uma indicação de atualização de seus mecanismos psíquicos, Principalmente creio, o processo e dinâmica de desenvolvimento da resistência necessária para suportar o impacto da realidade ou do que a vida lhe exigir.
Veja só: para sermos bem sucedidos em nosso processo de desenvolvimento precisamos nos preparar, ou estar preparados, para suportar o impacto devastador da realidade sobre nós. Impacto diário e inevitável que vivemos com essa realidade, apenas por estarmos vivos. Se, a cada mudança da realidade sofrermos como os escalpelados que sucumbem, com o impacto de uma leve brisa, à dor, acabaremos desmoronados e devastados por esse impacto- realidade. Tenho visto pela vida, pessoas sucumbindo por despreparo, indisciplina, fragilidade, resistência à mudanças, delicadeza, evitação, desorganização, falta de planejamento, super-estima, orgulho, falta de humildade, arrogância, etc.

                   A REALIDADE É IMPERMANENTE E DESCONTÍNUA.

É difícil aceitar, nos exige humildade, e definitivamente nós não temos escape.
Por exemplo: Como a morte é definitiva e atingirá com sua mão a todos, é necessário trabalhar a aceitação deste desígnio e fortalecer a resistência psíquica a essa realidade para que a morte de um ente querido deixe de representar o fim do “outro” afetivo e passe a significar a morte pessoal, transformando um desígnio coletivo em um suicídio pessoal.
Desta forma, é necessário que trabalhemos todas as possibilidades devastadoras da realidade para não sermos pegos despreparados pela imprevisibilidade da vida.
É isto que eu chamo de um processo onírico de atualização psíquica. A psique nos coloca em situação propícia, de confronto, para que trabalhemos mudanças necessárias ou para que exercitemos e ampliemos respostas possíveis diante da imprevisibilidade dessa realidade devastadora.
            Em segundo lugar, além da atualização, e da necessidade de se trabalhar a relação pessoal com forças internas propulsoras, pulsionais, instintivas, de origem inconsciente surge a tendência coletiva e instintiva de matar a “serpente”. É uma relação arquetípica a que vivemos em relação a esses vertebrados, eles sempre apareceram como ameaçadores principalmente porque, no passado, quando peçonhentos não ofereciam possibilidade de sobrevida quando inoculavam a sua peçonha, representavam a morte. É o encontro com a morte ameaçadora, com o imponderável, com aquilo que foge ao controle pessoal. Sinaliza seus temores.
É inevitável lembrarmos-nos da serpente que insinua a transgressão, o pecado original, a mulher ao pecado:
1 Ora, a serpente mostrava ser o mais cauteloso de todos os animais selváticos do campo, que  Deus havia feito. Assim, ela começou a dizer à mulher: “É realmente assim que Deus disse, que não deveis comer de toda árvore do jardim?” 2 A isso a mulher disse à serpente: “Do fruto das árvores do jardim podemos comer. 3 Mas, quanto [a comer] do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: ‘Não deveis comer dele, não, nem deveis tocar nele, para que não morrais.’” 4 A isso a serpente disse à mulher: “Positivamente não morrereis. 5 Porque Deus sabe que, no mesmo dia em que comerdes dele, forçosamente se abrirão os vossos olhos e forçosamente sereis como Deus, sabendo o que é bom e o que é mau.”

Ao comermos o fruto do conhecimento, incorporamos a responsabilidade da consciência e não temos mais a chance de escapar usando a ignorância de nossos atos.
A dificuldade do despertar define sua ansiedade e a profundidade do sono, já que não aparece como sinal de patologia. Neste aspecto é fundamental que aumente a sua disciplina pessoal, o autocontrole, para evitar angústias e pânico em situações, em principio, naturais. Quando o corpo funciona dentro de seus padrões de “normalidade”, nós não somos exigidos, mas quando o somos temos de estar preparados para lidar com o imponderável.

“Sabia que me desesperar era pior. Eu precisava me acalmar se quisesse acordar e, como em todas as vezes que sonhei com isso, tentei manipular a situação não forçando o despertar para ele vir a ocorrer de modo natural. É como se de certa forma eu estivesse com meu cérebro acordado, mas todo o resto do meu corpo não me obedecesse estando em profundo sono. Isso continuou desesperador até que de fato consegui acordar bastante assustada.”

 Você deve ter percebido a associação entre os dois cenários: as cobras e a angústia para despertar, são variações de um mesmo tema. E tens consciência da importância de trabalhar seu domínio, controle e calma dentro de cenários desfavoráveis. Existem certos momentos, em que não nos cabe o “ fazer”, apenas nos cabe a atitude, a postura para que não sejamos pulverizados pelo impacto devastador da vida.
Dente canino... Mole e quebrado (sem poder de mordedura, mastigação). Dente pequeno nascendo dentro do dente. Sangue na luva (proteção de mão) preta rendada.
Primeira associação; Menstruação. Você esta em período pré-menstrual, ou menstrual? TPM? Algum evento relacionado? Apenas para avaliação de cenário.
Perder dentes está relacionado à perda de força, de agressividade, resistências, defesas. Símbolo de frustração, castração. Para os Bambarras os caninos simbolizam o encarniçamento e ódio.
As luvas representaram o instrumento de desafio nas situações de defesa da honra e dos princípios moral e religioso. Vestimenta das mãos, funciona como defesa por intermediar a relação com o meio.
No sonho podem significar a introdução de um mecanismo ou instrumento que intermédia a sua força agressiva, que media a sua relação com a realidade ou introduz um filtro nesta relação. Considerando sua característica (rendada) podemos pensar em refinamento nesta intermediação. Só parece-me impreciso a cor preta, já que pode sinalizar um instrumento ainda não purificado (branco), não desenvolvido plenamente, ou em fase de formação (saído das sombras).

  BYE.

sexta-feira, 26 de março de 2010

PASSES PRÂNICOS I

 ilustração do livro "Medicina da Alma"


CH38

Olá, tenho mais um sonho (tive ele num cochilo que dei hoje depois do almoço):

Sonhei que eu estava em uma espécie de corredor cheio de pessoas sentadas de um lado e de outro quando eu incorporei de caboclo. Dancei rodopiando rápido e depois passei cumprimentando cada uma das pessoas com os braços (modo característico de cumprimento de caboclo). Minha voz ficou grossa e enrolada como de um homem estrangeiro falando português com certa dificuldade. Conforme a pessoa que atendia eu apenas benzia, perguntava se ela tinha algo para falar ou falava algo que me vinha espontaneamente saindo pela boca. Não sei se era uma incorporação de fato, pois isso nunca me aconteceu na vida real, entretanto, eu estava consciente de tudo numa espécie de meia autonomia. Primeiro veio os idosos, depois crianças e por último as pessoas normais. Havia um idoso que comentou sobre outro local donde ele havia ido e lá era a pessoa que tinha de ir até o médium incorporado, mas ele preferia a organização da entidade ir passando por cada pessoa. Comentei para minha cambone que aquele carismático idoso tinha uma luz intensa. Por certo eu devia estar falando de sua aura. Engraçado que eu não via luz nenhuma, mas sabia, como se pudesse sentir, que isso era de fato uma verdade. Passei benzendo as crianças e delonguei numa delas que estava mais carregada. Entoei umas preces de rima enquanto estalava os dedos fazendo o sinal de cruz a sua frente. Não sei por que eu sabia ou sentia a diferença de situação de umas pessoas para outras, fosse idoso ou criança. Depois passei a atender as pessoas adultas e uma mulher começou a falar de um retrato da estante de sua sala. Eu sabia que o problema dela não era com o retrato, pois de antemão eu já sentira que ela ia apenas me testar. Ela disse, na ponta do meu ouvido, como se fosse segredo, que seu marido andava lhe implicando por causa de um retrato que não queria na sala e, de tanta teimosia dela em querer o retrato lá, ele houvera escondido o retrato e ela queria que eu, ou melhor, o caboclo, lhe dissesse onde o mesmo estava escondido. Respondi para ela esquecer o retrato e ficar de bem com o marido. Interessante notar que, enquanto eu aconselhava-a, surgiu uma espécie de tela fluídica e eu não vi nada de retrato na imagem mental que a mulher projetava enquanto descrevia o fato, ou seja, era como se ela estivesse falando algo inventado. Seus pensamentos estavam voltados para algo que nada tinha a ver com o suposto retrato.

Depois eu já estava numa sala com várias pessoas da mesma faixa etária que eu e perguntei se o curso surgira com o grupo de juventude ou se todos ali eram jovens por mero acaso. Obtive a resposta de que era apenas acaso e comentei que era a primeira vez que eu participaria de um grupo de estudo, por vontade própria, o que exclui a época de escola, apenas com pessoas jovens da mesma faixa etária. Não sei ao certo, mas acho que ali estavam apenas os médiuns do local. Havia outros grupos de estudos, dos quais inclusive comentei participar também, mas os médiuns não eram atuantes, ao menos não em incorporações. Vale dizer que, embora tenha vinte e cinco anos, me considero uma jovem que somente agora está em inicio de maturidade real perante a vida. Sempre me senti sendo e tendo dois lados contrapostos: uma criançona arteira, sem malícia e meio dependente, mas, ao mesmo tempo, uma velha cansada, sistemática e conservadora, ou seja, sempre vivi em contrastes e, de pouco tempo para cá é que venho começando a me sentir uma pessoa meio-termo. Também vale dizer que nunca gostei de pessoas da mesma faixa etária que eu e sempre preferi os mais velhos por questão de pura afinidade, algo que nunca soube explicar nem mesmo para mim, a não ser pelo fato de ter sido criada junto a pais e pessoas bem mais velhas. Pois bem, embora não saiba o motivo de tal sonho, gostei de ter sonhado com isso exatamente por achar que nunca teria um sonho assim.


O que ele pode representar?

PASSES PRÂNICOS II


imagem do livro "Medicina da Alma" 

Pode representar mais, muito mais. Tenho, para mim, uma referência básica de cuidado no trato com os sonhos. Não me apego a conceitos definitivos, para não cair na armadilha de reduzir uma manifestação fenomenológica, como são os sonhos, apenas a um jogo classificatório de sentido pré-anunciado. Por isso compreenda esta leitura como uma busca de entendimento desse, que penso, fenômeno transpessoal vivido no seu sonho. Não considero em especial nenhum pressuposto conceitual ou teórico olhando-o como fenômeno.

O sonho parece-me que pode ser abordado por duas vertentes:

• A leitura simbólica;

     • A leitura do fenômeno.

- A primeira mantém uma sequência pertinente e evolutiva, em dinâmica de inconsciente, com os sonhos anteriores. O que credito como significativo pela riqueza que viemos sendo brindados pela continuidade e relativa "linearidade" de construção de mensagens. Podemos pensar numa comunicação de inconsciente para inconsciente, através de nossas consciências que funcionam como “mediadoras” deste diálogo.

A riqueza advém do que chamo pertinência da dinâmica evolutiva. Há um processo em pauta, o processo é dinâmico, portanto, transformador desta dinâmica interna, e essa transformação ocorre pontuada por certa linearidade evidenciada nas mensagens configuradas em seus sonhos.

No sonho você incorpora uma entidade, cede o controle de seus mecanismos, é possuída, ou vive uma possessão, “sob controle” e administrada, frente a um grupo multi representado, de todas as faixas etárias, crianças, adultos e idosos, que recebem os benefícios de sua transformação. Você, a partir da incorporação, conduz o que simbolicamente poderíamos chamar de Ato Ritual Coletivo de Purificação através da mediação entre as forças supremas e os seres mortais. Você se mantém consciente, funcionando como instrumento e tendo sua percepção extrassensorial elevada na percepção da realidade.

A possessão também indica a possibilidade de afloramento de forças  de inconsciente poderosas que querem se manifestar e não encontram canal para se realizar em decorrencia da repressão, medo ou despreparo pessoal.

Já no sonho, você se mostra ao coletivo e nesta manifestação sua expressão aparece como  Benção. É interessante que a incorporação seja de um "conteúdo", entidade anímica masculina de origem europeia. Em sonhos anteriores chegamos a detectar o processo de sua reconciliação com sua alma masculina. Neste sonho ele aparece como uma força poderosa que te transformação em curadora, xamã. Você reencontra suas origens (indígena, europeia, ou ambas). Considerando isto podemos pensar no idoso como manifestação de conteúdo arquetípico de origem ancestral. Pela idade, se mulher pensaríamos em “velha sábia”, mas como conteúdo masculino, considero apenas como guia ancestral associado a essa reconciliação com a origem masculina, representa força, luz, guia, ordenação, maturação, lógica, energia maturada, transformada pelo tempo.

A mulher do retrato reforça a ideia de reconciliação a partir de sua intenção de intervenção. Você dita o rumo: Abandone o retrato (RENUNCIA AO PASSADO); Reconcilie-se (integre, una). Quem se fixa no passado fica perdido no tempo (a mulher - você).

A mensagem parece clara; quando superamos o passado e renunciamos aos nossos caprichos, mágoas e ressentimentos, somos possuídos por uma poder extradimensional que abre a porta para que nos realizemos guiando e abençoando o coletivo.

“Você se Abençoa”

 Faz alguma coisa por si mesma, quando se permite ser.

PASSES PRÂNICOS III

Imagem do livro "Medicina da Alma" 
 Caderno de Bioenergética

- A segunda leitura pressinto como uma manifestação “Transpessoal”. Naturalmente envolvem metamorfose e transformação. Em sonho você Incorpora uma entidade e afloram poderes de imposição de mãos, percepção extrassensorial, aumento da sensibilidade transcendental. Você se transforma em “MEDIUM”, aquele que media, INTER-MEDIA a relação entre uma dimensão (supostamente onírica)  e uma supra dimensão ou sub dimensão  extra-real.

Há evidência de evolução nos seus mecanismos que mediam a sua relação com a realidade. O fenômeno da incorporação mediúnica ocorre a partir de uma predisposição natural ou do desenvolvimento da sensibilidade do individuo. Para que ocorram em sonhos, exigem pré-requisitos, ou pré-configurações que evidenciam a redução de defesas e da atitude egóíca, aumento dos níveis de consciência, vibração em frequência harmoniosa, integração enérgica pessoal, menor vacuidade, menores riscos de dissociação, menor nível de insegurança, menos medos, maior segurança pessoal, maior confiança.

Se considerarmos como significado, e devemos, a primeira e a segunda parte do sonho, a mensagem possível é de que o seu processo de aprimoramento e de estudos lhe abrirá as possibilidades de desenvolvimento de suas habilidades mediúnicas. Neste aspecto o sonho poder ser premonitório e anuncia vivências futuras, associadas à prática e postura religiosa (no sentido de aprimoramento e compromisso coletivo), evolução espiritual e realização de destino como guia espiritual, e de cura;

Se considerarmos como possibilidade de fenômeno real, você ascendeu a uma escala de realizar intemporalmente trabalhos espirituais através de desprendimento corporal;

Pode ser anúncio de grande força e poder para realizar cura Prânica, Reik, ou cura espiritual através de captação, imposição de mãos, magnetização e transformação de energia. Avance seus estudos na área, já que esse destino não lhe dá opção de não realizá-lo, sob pena de sofrer distúrbios ou desequilíbrios energéticos.

  Bye.

quarta-feira, 24 de março de 2010

NUDEZ


Retrato de Marjorie Ferry -1932
Tamara de Lempicka   

CH 37
Nas ultimas noites tenho a sensação de não estar sonhando e, quando sei que sonhei, não consigo ter lembranças claras.
Essa noite teve um pedaço que guardei em mente: eu estava numa casa que era da minha irmã (nada a ver com o apartamento no qual ela reside). Primeiro eu carregava a bolsa dela para verificar se as duas passagens aéreas estavam em sua carteira. Ela e meu cunhado iam viajar e fui atender o seu pedido de verificar se as passagens estavam guardadas. Eu passei pelo jardim que, ao invés de plantas, tinha pedras lisas e pretas bem grandes (batiam no joelho) e a bolsa dela estava muito pesada (devia pesar de seis para sete quilos). Eu não podia deixar a bolsa no jardim, pois facilmente algum ladrão poderia pegar. Não suportando o peso pedi ajuda para minha mãe e entreguei-lhe a bolsa para ela colocar dentro da casa. Nisso eu fui tomar banho e já estava despida quando vi vultos passando pelo jardim. Fiquei preocupada com a bolsa da minha irmã, mas não podia sair correndo nua. Chamei a atenção da minha mãe e depois minha irmã reconheceu que eram dois sujeitos que ela chamara para verificar algo que não escutei exatamente o que era. Todos já haviam tomado banho e eu ficara por ultimo, de modo que estava apressada em fazê-lo e, assim, despreocupei-me com o resto, ou seja, com o que estaria acontecendo fora do banheiro.
No que me despi e abri o chuveiro, a água estava praticamente fervendo de tão quente e, de repente, apareceram dois homens (um jovem e outro velho) para conservar o chuveiro. Enquanto isso meu cunhado dava auxilio de conserto olhando por cima (era como se ao invés de teto houvesse uma parte superior de madeira, algo que nem sei explicar). Constrangida me cobri com a cortina que separava o boxe, mas ela era praticamente transparente. Ao mesmo tempo eu tentava não ligar muito para o fato de verem o meu corpo desnudo (eu me sentia a vítima e isso me tranqüilizava), mas queria retirar-me do local para que eles não aproveitassem da situação a fim de ficarem me observando (eu não queria ficar apenas como vítima). Eu estava interiormente acanhada por não saber como reagir e irritada por eles terem entrado de supetão no banheiro e invadido minha privacidade. Sem alternativa eu saí de trás da cortina e, agindo com naturalidade (um tanto forçada), peguei meu roupão e vesti. Depois me vi vestida com um vestido por baixo do roupão e parecia ter dado o banho por encerrado. Creio que já ficara indisposta a ter que voltar para o chuveiro que estava tão difícil de ser consertado.
Continuação
Depois de finalmente consertarem o chuveiro, os dois homens e eu começamos a conversar. Não sei exatamente como foi esse inicio de conversa, mas sei que eu estava
olhando fixo para os olhos ora de um e depois do outro quando me detive examinando a boca do homem mais velho. Ele tinha os dentes tortos e uma barba meio grisalha com partes ainda pretas e outras já completamente brancas. Comecei a pensar que ele mais parecia um mendigo do que um encanador quando ele, julgando de maneira errada o meu olhar, se aproximou segurando no meu braço em procura de mais intimidade. Mandei ele largar o meu braço e dava tapas na mão com que ele que me segurava, mas estes batiam nele de leve como se eu não tivesse a mínima força física para o movimento. Depois de três fracos tapas eu resolvi usar a entonação de voz e sendo completamente imperativa ordenei que ele me largasse enquanto fuzilava ele com um olhar direto. Imediatamente ele me soltou e, pelas minhas costas, disse numa tentativa de me amedrontar: ‘Você vai ver’. Era como se ele quisesse dizer ‘você ainda me paga por me recusar’. Muito corajosa eu voltei a encará-lo e perguntei muito séria e num tom mais nervoso: ‘Eu vou ver o quê? Você está me ameaçando?’ Ele pareceu assustado e nada falou. Voltei a insistir: ‘Fala homem, o que é que eu vou ver? Acha que eu tenho medo de você?’ Eu não podia saber ao certo se ele estava sem graça ou irado com minha reação, mas vendo que ele não tinha o que responder, eu fui para o quarto guardar o roupão. Minha irmã me olhava de lado com cara de reprovação e eu não entendia como tivera tanta liberdade para me defender daquela maneira ali, na frente dela. Neste momento me dei conta de que não eram apenas dois homens contratados para consertar o chuveiro, pois por certo, deveriam ser também dois conhecidos ou amigos dela e do meu cunhado que, inclusive, iam ficar para o jantar. De toda forma isso não mudava minha opinião de que o sujeito mais velho fora abusado tentando me agarrar em pleno corredor. Quando voltei percebi que todos já estavam na mesa jantando e, outra vez, estava eu ficando por último (assim como acontecera com o banho). Eu não estava com fome, mas sabia que precisava comer para depois não ter dor de cabeça (isso me aconteceu durante o dia). Quando ia entrar na copa o sujeito com o qual eu discutira veio me pedir desculpas. Disse-lhe com sinceridade que tudo bem, pois por mim nada acontecera e daria o caso por encerrado. Contentei-me pela possibilidade do entendimento, entretanto, bastante amuado, ele passou para o quarto e sem acender a luz, sentou-se na cama. Eu não sabia se ele estava se fazendo de coitado, mas aquilo não me agradou e disse-lhe: ‘Você não precisa ficar aí deprimido com o que aconteceu se auto-culpando, é só entender que não gostei da sua atitude e ter capacidade de assumir quais foram suas intenções sem joguinho de vingança’. Apesar da minha fala, ele continuou cabisbaixo como se quisesse que eu me sentisse culpada pelo seu estado de tristeza. Saí de perto dele demonstrando que não ia ficar acalentando ou consolando seu mal-estar. Longe de sentir culpa, pensei que ele ainda podia resolver se vingar de verdade e somente então tive uma ponta de medo, mas interiormente eu estava tranqüila comigo mesma e essa era minha força de coragem. Exatamente nesse ponto eu acordei.
Parece um sonho tão longe da realidade, mas ao mesmo tempo provoca em mim um estado de animo feroz em busca dessa coragem de equilíbrio para agir com naturalidade e reagir com maturidade tendo pulso firme em minha própria defesa. Será que foi um bom sonho?


MÁSCARAS QUE CAEM





Persona 
imagem criada para post no blog Jornada D'Alma

Entendo sua questão: Será que foi um bom sonho? Um sonho é um sonho, não necessariamente bom ou mal, apenas um sonho com um sentido que precisa ser entendido  em sua mensagem. Se assim você o faz ele se torna um BOM instrumento que antecipa problemas, dificuldades, desafios, desígnios, o que inegavelmente é auspicioso.
Algumas questões se mostram interessantes neste sonho: Fico impressionado com a recorrência seguida de ameaças. Neste caso ainda ocorre em situação de invasão de privacidade. Você sente a ameaça, ocorre o aumento do seu nível de tensão e de angústia. No sonho a mãe já aparece como suporte e proteção. É possível que haja de sua parte em relação à sua irmão algum sentimento de culpa, da qual ainda não tenha se libertado? Se isto acontece é possível que seja resultado de manobra para manipular o cenário familiar ou para te envolver. Neste caso, mesmo que o outro nada faça, a sua postura de pré-ocupação vem para compensar a sua indisponibilidade ou a sua demanda afetiva de foco familiar (protege o outro, ou os bens alheios como projeção de sua necessidade de ser protegida pelo outro). A relação ainda parece-me confusa e de envolvimento familiar simbiótico.
Mas lhe falta paz para tomar banho, se limpar (dos equívocos, miasmas, resíduos de personalidade), lavar, realizar sua higiene pessoal, se despir. O que é coerente com o momento pessoal de dificuldades de se mostrar, o que  significa se despir das máscaras, da imagem (roupas), dos acessórios (bolsa), ainda que a referência seja a irmã (seria ela seu modelo?).  Um banho significa o renascimento, virtude purificadora, regeneração. Iz-se que o banho é o primeiro rito (entre outros) que sanciona as grandes etapas da vida, nascimento, desenvolvimento e morte. Psicanalistas associam com a fase intra-uterina, portanto regressiva, o reencontro com o conforto, calma, segurança, reencontro com as origens da vida. Poderíamos pensar no seu processo de resgate, na busca do eixo pessoal.
 A ideia básica do Nu, nos sonhos esta associado ao  simbolismo da pureza física e moral, intelectual, espiritual e a da vaidade lasciva, provocante, desarmando o espírito em função da matéria e do espírito. Também associado exibicionismo. Mas prefiro neste momento considerar primeiramente o nu como um reencontro com seu estado primitivo, sua essência, suas origens. Na sequencia do sonho ele me aparece como um reforço da ideia da transformação de sua dinâmica pessoal frente ao coletivo. Suas dificuldades de se mostrar, de ser reconhecida, invadida, julgada. Assumir as consequências de mostrar a que veio, quem é você, o que pensa, como pensa, superando a necessidade narcísica de mostrar-se como imagem da perfeição.
Por isso no primeiro momento quando o sujeito se apodera de você, te subjuga e você reage de forma excepcional.

VOCE DESCOBRE NO SONHO QUE A FORÇA FÍSICA É INSIFGNIFICANTE MAS QUE A FORÇA DO VERBO (FALAR) TE PROTEGE TE FAZ PODEROSA.

O dito popular é: Quem não chora não mama. Quem não se manifesta não se faz ouvir. Voce sempre esperou que as pessoas a respeitassem naturalmente e começa a descobrir que esse respeito é conquistado, batalhado, exigido.
Mas mais significativo é você confrontar a ameaça subentendida do sujeito, a partir da sua força de expressão, como diz: Imperativa. A postura, a atitude é PRÓ-ATIVA. Olhar e  expressão. O que vemos é o exercício do seu poder de se posicionar. O sonho te confronta com suas dificuldades, com seus conceitos e lhe favorece a mudança dessa dinâmica interna. Como um exercício de preparação. A mensagem?

Enfrente suas dificuldades, supere seus preconceitos, renuncie aos velhos padrões e reconceitue sua relação com a realidade, assuma os riscos de se mostrar, assim você supera a fase narcísica da imagem de perfeccionismo e encontra a sua individualidade naquilo que você realmente é.

O SONHO É AUSPICIOSO.
Bye.

terça-feira, 23 de março de 2010

QUESTÕES





   Ondas Psy

Nas últimas noites tenho a sensação de não estar sonhando e, quando sei que sonhei, não consigo ter lembranças claras.

Existem momentos em que a relação Sonho vigília é alterada. Os sonhos continuam a existir, mas a memória é tão frágil que não consegue manter-se, sem dissolver-se, na passagem da dimensão do sonho para a dimensão de realidade na vigília.
São duas dimensões em que vivemos com um único corpo:
Na vigília, o corpo desperto, todos os sistemas funcionando “a toda”, a consciência ligada, plugada, o corpo em ação total frente aos riscos e exigências de uma realidade ameaçadora.
No Sono, o corpo em repouso, o sistema em baixa frequência, em dinâmica de atualização consequentemente funcionando com pouco gasto energético e com funções em processo de “Pausa”. Baixa capacidade de memorização, retenção, evocação e registro. A energia disponível está sendo utilizada na manutenção das funções orgânicas e pouco disponível na capacidade de recepção de imputs e registro de dados. Quando próximo do despertar, o corpo começa a ser acionada, a frequência elevada para recuperação da capacidade total de funcionamento.
Nesta transição de uma dimensão para outra, existe uma memória integrada à função onírica e outra à função de vigília. Se o individuo vem de algum processo de repouso mais profundo em decorrência de um desgaste maior no dia a dia, este vácuo entre uma dimensão e outra, entre uma realidade e outra, aumentam, provocando a diminuição da capacidade de registro na memória de vigília, ou impedindo a transferência e o registro de dados, protegidos num quadro transitório, que permite certo nível e consciência, para o registro definitivo em realidade de vigília.
Em outras palavras: o cansaço, situações de estresse, de choque, esgotamento, uso de medicamentos, álcool, drogas, alimentação pesada que promova digestão noturna lentificada, excitabilidade, adiamento da hora de sono e repouso, podem provocar a baixa capacidade de memorização e limiar de consciência inferior. 



VENENO SUBLINGUAL

Para quem acompanha o BBB10...

 
"Acho que essa foi minha pior noite aqui no Big Brother", afirma Anamara. No corredor da Casa Luxo, Anamara revela a Dicesar:



"Tive pesadelos a noite inteira".


A baiana diz que sonhou que "coisas ruins" saíam de sua boca, “Eu to agoniada, uma dor bem aqui no estomago, teve uma hora que eu tive um sonho tão ruim, saia umas coisa da minha boca, eu engasgava, e eu sonheo que tava cuspindo e acordei cuspindo”. Muito ruim. Muito ruim. Muito, muito ruim..”


O maquiador prefere comentar o clipe que os brothers estão assistindo na TV.
“...Ainda na sala, Anamara comenta com Fernanda um pouco mais dos sonhos ruins que teve durante a noite. "No sonho, eu dizia:
"Mas Cadu, você sabe que só justificou seu voto dessa forma porque sua melhor amiga estava aqui dentro",
relembra a baiana.


"E ele ficava calado", completa,
 Fernanda sugere que as duas saiam da sala, e a dupla vai para o Quarto Tattoo.
"Eu quero evitar ao máximo falar as coisas perto do Dourado", explica a dentista.
A baiana continua desabafando e explicando seus pesadelos.
"Que golpe baixo”. “Muito feio”, repete a baiana, sobre a atitude de Cadu na brincadeira de ontem...”.


Quanto mais me dedico à comprensão dos mecanismos do inconsciente mais fico admirado com os mistérios que envolvem nossa existência na realidade e na dimensão dos sonhos.
Os trechos do sonho acima pinçado no Reality Show BBB10, retratam de forma admirável como o inconsciente nos alerta para os nossos erros, equivocos e cuidados que deveriamos ter com nosso comportamento.
A leitura imediata é simples e definitiva, a pessoa em questão, nos últimos dias se sentiu tão pressionada e ansiosa manifestou sua desconpensação no confinamento tentando através de palavras desqualificar os outros participantes  rivais e extrapolou na sua verborragia. A leitura é o que é:
no sonho de sua boca saem coisas, que a faz engasgar ou cuspir. Coisas desagradáveis ou nojentas ou incômodas:
 VENENO CUSPIDO.

O sonho tenta reequilibrar a função psiquica descompensada, sinalizando para o cuidado necessário com o que sai da boca e alertando o sonhador para disciplinar sua ação dentro da realidade.
Pedagógico!

sábado, 20 de março de 2010

FEED BACK 10

FEED BACK

Foi muito preciso tudo o que escreveu e adorei a imagem do túmulo.
A cada sonho me impressiono com a “inteligência” oculta que existe em nosso inconsciente.
Sinto que sempre fugi para me esconder na idealização do que queria parecer,
mas atualmente tenho me esforçado para mudar isso.
Claro que ainda acho um bocado difícil, mas o melhor é a exata compreensão
dessa necessidade tão real que me é interiormente cobrada.
Hoje tenho consciência de que a permanência de tormento existe além dos sonhos,
pois se estende na realidade da vida.
Ninguém cresce se não enfrentar os próprios tormentos a que tem medo.
O sonho é uma parábola perfeita a mostrar-me que a vida nos força sempre,
cedo ou tarde, a sermos fortes usando nossa parte de pessoa madura, integra, plena e capaz de crescer, vencer, superar limitações, se defender impondo respeito e autonomia moral.

O desfecho final de tal sonho pode significar um começo de sucesso no caminho certo em retratação da vida real em si?


Antes de responder-lhe, Agradeço-lhe o feed back.
Ele confirma que seguimos um bom caminho, e que o esforço, ou os escritos, tem valido a pena, . É nítido o avanço que realiza na compreensão de si mesma, considerando sua reflexão.
E se assim não o fosse teria motivos para, neste momento,
encerrar esta experiência, este nosso diálogo Surreal entre dois conhecidos desconhecidos.

Se bem entendi sua questão... Sim!
E quando se refere à possibilidade de sucesso na caminhada,
eu definitivamente qualifico o propósito, como esse, de SUCESSO.
Por escolha pessoal, e as fazemos, podemos passar por essa vida como alienados, ignorantes, sonsos,
 lerdos, desinteressados, iludidos ou fantasiosos,
como soberbos ou obcecados, compulsivos nos vícios ou entediados,
 gananciosos ou materialistas, como mentirosos ou enganadores,
 ladrões e corruptos, assassinos, deformados, sofredores, vítimas, dramáticos,
revoltados, etc.

Não importa o escape.
São muitas as possibilidades que existem
 para nos enganar, para nos esconder de nós mesmos
e dos nossos Desígnios.
Há muito tempo atrás eu fiz uma escolha, passei a me desvencilhar de armadilhas do efêmero e reavaliei meus conceitos e valores. Passei a focar com determinação meus propósitos e a parar de perder tempo com falsos luxos.Se essa vida tem um luxo, provavelmente o único, seja o de podermos nos dedicar ao aprimoramento da alma e do espírito, o resto é insignificante e serve apenas para nos distrair deste propósito fundamental.
Acredito que é de direito usufruir do melhor de nosso tempo: Música, Literatura, Dança, informação, Tecnologia de Ponta, Conforto, Saúde, Qualidade de Vida em primeiro lugar. Viver bem e aprimorar-se é fundamental, é a primeira exigencia da natureza.

Quem não rompe esse pré-requisito
se perde na profusão da evolução mas principalmente,
 perde o "timing"da Roda  da Vida.
Essa é a forma mais plena, acredito, de podermos agradecer à dádiva de viver. Com ela abandonamos a escravidão moderna da sociedade compulsiva e consumista que só valoriza o acumulo, o poder e o efêmero e passamos a agir com o INTENTO dos GUERREIROS que não perdem de vista o Eixo do Sentido da vida e se dedicam a realizá-lo.

sexta-feira, 19 de março de 2010

FEED BACK 9




  


Muitas vezes, para sermos fieis ao que sentimos, sermos verdadeiros com o que pensamos, é preciso aceitar a consequência de ser visto como uma pessoa insensível, fora do bom sendo e até mal educada. Eu me vejo muito arisca, sarcástica e ríspida perante as pessoas com as quais não tenho afinidade, pois não gosto de permanecer no mesmo ambiente, não me desgasto com conversações que não me agradam ou com justificativas que não me vejo na obrigação de dar e nem se quer faço questão de cumprimentar. Se eu for agir por educação e bom senso eu terei que ser falsa. Hoje tive coragem de desvencilhar-me da mascara de boazinha e não dei a mínima para a visita de minha tia. Logo o assunto entre ela e minha mãe era sobre eu e cada uma dizia o que achava sobre meu suposto ‘mau humor’ dando sua receitinha de cura como se eu estivesse doente. Fiquei no quarto escutando música e fazendo minha ginástica matutina. Por certo estranharam minha reação, pois antes eu ‘fazia sala’ sem disso gostar. Como sempre, por fim, acabaram entrando em discussão religiosa até que minha tia ‘girou nos calcanhares’ e foi embora irritada. Eu fui apenas natural, mas realmente não causei boa impressão. De todo modo, fiquei tão feliz por superar a máscara de boazinha que nem me importei com a opinião de ambas tentando encontrar razões para meu jeito de reagir em tal momento. De todo modo, ainda vale analisar: será que isso é correto? Ser educada e hipócrita versus ser mal educada e verdadeira, eis a questão. Se fosse antes acho que eu ia me sentir uma ‘monstra’, mas hoje me senti apenas eu e, concomitantemente, senti-me mais forte. Cansei de mendigar respeito, compreensão e carinho alheio tendo de passar por cima de minha autofidelidade para com o que penso, sinto e sou. Sei das conseqüências de todos me criticarem e julgarem negativamente, mas em verdade, estou calejada e mais do que acostumada a criticas e julgamentos alheios. Isso parece não estar no que eu sou, mas sim na postura dos outros de gostarem de cuidar e preocupar exacerbadamente da minha vida. Isso cansa, esgota a minha paciência! Não vou me permitir melindrar, quero me fortalecer, me valorizar. Se o outro se melindrar comigo, infelizmente eu apenas estou sendo coerente, verdadeira e fiel a mim mesma e ao mundo.
O QUE PENSA A RESPEITO?


Cuidado com as armadilhas, certas fronteiras são muito próximas. Educação não quer dizer falsidade ou hipocrisia, mesmo que falsos dissimulados e hipócritas possam usar do formato educado para esconderem o escárnio que sentem pelos outros.  Educação quer dizer civilidade, aperfeiçoamento no trato das inter-relações, delicadeza, cortesia, generosidade, disponibilidade.
A civilidade é um exercício histórico da humanidade na busca de aperfeiçoamento para superar a realidade primitiva dos trogloditas. Educação é um verniz que nos reveste favorecendo a convivência e o respeito com os diferentes e também com os semelhantes
Ser boazinha é outra coisa. É papel. Se a educação é o trabalho de lapidação, representação é teatro. E o teatro só se justifica para aqueles que ainda estão em fase de preparação de sua civilidade.
Educação é prazer, refinamento, sofisticação, aprimoramento do coletivo em nós, capacidade de partilhar, compaixão, benevolência que amortece a tragédia do viver.
Existe um momento em que quando fortalecemos a individualidade, o trato com o coletivo se faz de forma natural, favorecendo a convivência e consolidando a intenção gregária do ser humano. A intenção que nos fez abandonar a selvageria para partilhar com os outros a conquista na jornada da vida. Quanto mais fortalecidos em nossa dinâmica de individualidade diferenciada mais nos predispomos a partilhar a experiência de viver no coletivo
Reavalie seus conceitos: Se eu for agir por educação e bom senso eu terei que ser falsa. Ser falso significa ausência de si mesmo, não estar presente,  Ré presenta. Isso para mim é ausência de “Senso”, falta o senso (sentir) a si mesma. Educação é Senso coletivo, um bom senso coletivo, civilidade é senso consciência.
“SENSO sm (lat sensu) 1 Faculdade de julgar, de raciocinar; entendimento. 2 Siso, juízo, tino. 3 pus Sentido, direção. S. comum: a) modo de pensar da maioria das pessoas; noções comumente admitidas pelos homens; b) Filos: sentido central de coordenação dos sentidos próprios; c) Filos: fundo imutável e espontâneo do espírito cuja forma reflexa é a razão. S. estético: faculdade de apreciar a beleza. S. íntimo: a consciência. S. moral: a consciência do bem e do mal.”
Ser verdadeiro significa estar ao lado da verdade e isto não pode significar falsidade. Há equivoco no conceito. É sua escolha e seu direito estar presente em sua casa, estando fisicamente ou não no espaço, e isso não significa falta de educação, tanto quanto mais íntimo for o visitante, o que não quer dizer; Não receber; não felicitar; cumprimentar; despedir-se.
Naturalmente, a convivência social nos exige fino trato, aquilo que em decorrência de mal entendidos vêm levando as pessoas a se esquecerem de ter, fazendo-as se mostrarem cada vez mais intratáveis.
É nítido e observável que a modernidade vem levando as pessoas as serem cada vez mais grosseiras e incivilizadas, seja por ansiedade, egoísmo, intolerância desrespeito, impaciência, agressividade, competitividade, o que exige que pessoas educadas cada vez mais tenham que se disciplinarem para não caírem na lama comum da banalidade. E isto, creio, começa a fazer a diferença entre as pessoas.

NA SOCIEDADE MASSIFICADA QUANTO MAIS VOCÊ SE DISTINGUIR MAIORES SERÃO SUAS POSSIBILIDADES DE SE TORNAR BEM SUCEDIDA NO COLETIVO.

Ancorada na educação você dificilmente perderá. Agora... isto não quer dizer que você não tenha que fazer-se respeitada.

 O RESPEITO É CONQUISTA PESSOAL, É O RESULTADO DE POSTURA, ATITUDE, FIRMEZA E O RESPEITO QUE VOCE SE TEM.

Parece-me que o seu momento é a conquista do seu espaço pessoal, se posicionar, se colocar, abandonar a omissão, se mostrar. Desobediência Civil ( Ghandi / Thoreau), passivamente, sem gritar, berrar, ofender, agredir, e os outros? 
Se eles não se agradam da situação, que façam suas críticas é de direito.

QUEM SE PERMITE O DIREITO DE DIZER “NÃO”
SE OBRIGA A OUVIR A CRÍTICA ALHEIA.

Só realizam mudanças aqueles que experimentam. Tateando, às vezes acertando, outras se equivocando, assim chega-se ao equilíbrio.
A referência? É se sentir bem.
Ah! Cautela não faz mal a ninguém e tubarão também é mortal.

VÁ EM FRENTE!


quarta-feira, 17 de março de 2010

TORMENTOS I






Charlot36
Como sonhei muito essa noite! Obviamente não lembro de tudo, mas vou tentar resgatar algumas partes. Lembro de estar dentro de um carro, que estava estacionado, conversando com um amigo muito querido. O clima era muito agradável e me sentia muito bem até que um carro colidiu exatamente ao lado. Uma vez que a rua era muito movimentada, senti que correríamos perigo se ficássemos dentro do carro e dizendo isso fui saindo desesperada do veículo, inclusive descalça e pesarosa por deixar meu tênis novo para trás. Não sei por que eu não estava calçada. Não tenho certeza se meu amigo conseguiu sair também, pois tudo foi muito rápido e outros veículos, incluindo ônibus e enormes carretas foram literalmente passando por cima de todos os carros que estavam na frente, inclusive os estacionados. Foi um massacre total e me deram como morta. Eu fui tentar convencer minha mãe de que eu não morrera e, dentro de um ônibus, observei que ela levava flores e alguns sapatinhos de crochê (que faço para doar a mães carentes) a fim de colocar dentro do meu caixão em representação minha. Cheguei até ela e disse que eu não havia morrido, mas ela não acreditou que eu fosse eu. Achei estranho e fiquei desesperada pensando que tinha de fazer algo. Nisso me falaram o nome de uma amiga que estava ajudando casos semelhantes e corri até ela cheia de esperança. Ela estava incorporada de preta velha e encontrei junto dela algumas outras pessoas conhecidas, inclusive, se não me engano, o amigo do carro que não sabia se houvera sobrevivido. Perguntei a preta velha se era verdade que eu morrera (mesmo tendo certeza de que estava viva) e ela confirmou que eu ainda não havia morrido. Pedi ajuda e ela disse que ia fazer sua mandinga. Não lembro muito dessa parte.
Desci do ônibus com o suposto amigo.
Nos pusemos a caminhar e outra vez sentia-me muito bem por estar ao lado dele. Ele não me passava sensação de segurança ou paixão (embora desse um excelente namorado), mas sim de cumplicidade. Algo nele me atraía bastante e me fazia ficar encantada e alegre. Fomos caminhando até a casa de uma pessoa conhecida dele. Entramos e sentamos na sala. Fiquei observando para meus pés que estavam calçados com algo improvisado e, embora não me agradasse muito, estava sem outra opção melhor. Ele trabalhava com arrumação de festas para a mulher que morava na casa em que estávamos e relatou-me que para algumas festas era convidado, mas para outras, como a daquela noite, infelizmente o convite não era feito. Ficamos conversando amigavelmente, mas também não recordo muito dessa parte. Sei que depois eu estava andando pela rua normalmente quando começou a acontecer um verdadeiro caos. Explosões, tiros, um enorme avião que foi decolar e caiu assim que saiu da pista provocando uma torrente de fogo que começou a se alastrar nos carros e casas, uma loucura sem tamanho. Pus-me a correr e tinha que tomar cuidado para não ser atingida pelas tampas dos bueiros que saiam fortemente voando enquanto jatos de ar eclodiam por debaixo da terra. Nisso adentrei num local e me escondi com uma jovem. Estávamos bem até que entraram duas mulheres e, desesperadas, nos vendo como sinal de ameaça (não sei por que) tentaram nos matar com facas. Em defesa, mesmo me machucando, enfrentei a briga e consegui matar as duas com a ajuda dessa amiga. Nisso desci para a parte de baixo pulando por uma grade. Parecia um deposito e havia varias caixas. Escondi-me entre elas tentando não ser vista pelas pessoas que já estavam ali escondidas, pois não queria ter de matar mais ninguém. De repente vieram alguns homens investigadores e saí fugida entrando numa sala de aula universitária. Eu estava desesperada achando que estavam me procurando por causa das mulheres que eu havia matado. Nisso a jovem que estava comigo deu-me cobertura e falou para me esconder embaixo do banco no qual ela estava sentada e assim, escondeu-me com sua saia rodada. Continuaram na procura e eu não cabia totalmente em baixo do banco. Desconfiado começaram a espetar um ferro passando-o pelo chão. Eu levantava o corpo apoiando apenas nas mãos e fazia de tudo para dar a impressão de que não havia nada ali. Insatisfeitos, mas sem poder levantarem a saia da jovem, pegaram um rodo e aí conseguiram me descobrir. Achei que eu fosse ser levada presa ou até que fossem me matar, mas unicamente avisaram que eu ia ser deportada. Fiquei aliviada. Abracei a jovem feliz pela nova amizade tão necessária naquele momento desesperador. Ela me consolou sobre a deportação e eu disse que estava tudo bem, até porque, o que mais queria era sair daquele caos. Deixaram-me reclusa até o dia seguinte dentro da suposta universidade e, durante a madrugada, encontrei um casal de assaltantes querendo roubar o local. Novamente tive que enfrentar mais duas pessoas e, correndo risco de vida, mas sem matar nenhum dos dois, eu consegui rendê-los (também usando facas e facões) até a chegada da policia que, não sei como foi avisada, não demorou a cercar o local. Isso pareceu me dar crédito. Ao menos pessoalmente eu me sentia favorecida com aquela segunda situação de enfrentamento corporal.
Depois disso eu caminhava com alguém que chamava de mãe, mas não se parecia com minha mãe, por um corredor cheio de variadas espécies de plantas. Tinha jeito de viveiro misturado com passagem de esconderijo secreto. No caminho, perto de uma parte que parecia uma gruta, encontramos dois sujeitos e um deles disse que me conhecia. Embora ele também me parecesse conhecido, eu tinha certeza de não conhecê-lo e desvencilhei-me com custo dele. Não estava nos planos encontrar ninguém ali e não sabia por que aqueles dois sujeitos passavam por ali. Ao final entramos numa espécie de laboratório de plantas e começamos misteriosamente a analisar e pegar algumas sementes. Entretanto, deixei minha mãe fazendo o serviço e fui analisar o local melhor. Saindo daqueles dois cômodos que eu conhecia bem, encontrei outros desconhecidos. Alguns cômodos pareciam abandonados, embora fossem amplos e de construção bem conservada, enquanto outros estavam bem mobiliados. O local era bonito e agradável, mas tudo ali parecia ser-me uma incógnita.
O resto eu não lembro. Por que essa mistura de pessoas tão amigas e outras tão ameaçadoras? Por que a diferença de ambientes torturantes e outros agradáveis? O que faz um sonho ter essas características contrastantes? Por que sonhar com tantas pessoas que só as conheço dentro do sonho?